Livro: "Correlações Espírito-Matéria" - Autor: Jorge Andréa.
PERISPÍRITO OU PSICOSSOMA
“Os Modelos Organizadores Biológicos (MOB) representam a consequência lógica na explicação das formas. Todos os seres alcançam uma determinada e precisa morfologia. Os animais constituídos de unidades semelhantes e afins, células e tecidos, alcançam as posições que lhes competem por obediência a específica modelagem de um campo-organizador que consigo carregam. Todo ser tem o seu próprio campo-orientador de energias especiais. Este campo não seria propriamente o Espírito ou zona do Inconsciente, mas uma região intermediária, o campo que coligaria os dois elementos matéria e espírito conhecido como PERISPÍRITO, termo criado, com muita propriedade, por Allan Kardec, embora esta zona já fosse conhecida de filósofos e pesquisadores, que lhe deram nomes variados (corpo astral, corpo fluídico, corpo aéreo, duplo, etc.). (...)
Conforme
informação do autor espiritual André Luiz, o perispírito
é "formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e
plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do
sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição
das partículas colóides (partículas muito pequenas), com a respectiva carga
elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição específica, e
apresentando estudos morfológicos conforme o campo mental a que se
ajusta".
O perispírito é
responsável pelo edifício físico de determinado ser, embora sob influência e
orientação do Espírito que lhe dá exato direcionamento. O perispírito
representa a tela refletora das energias do espírito e é por seu intermédio que
a matéria (células e tecidos) se organiza buscando uma finalidade. Possui tal plasticidade
que o desencarnado (Espírito com seu perispírito) às expensas de sua própria
vontade e a depender da evolução em que se encontra, pode apresentar-se com
aspectos diversos que correspondem as suas personalidades
já vividas.
Os
seres vivos, desde o simples protozoário ao homem, são o efeito de seus próprios
campos perispirituais. Os mais avançados na evolução são os que já possuem
qualidades mais específicas adquiridas nas múltiplas vivências, onde o
perispírito, como campo de energias mais amadurecidas, apresenta-se como modelo-organizador mais rico de qualidades. Assim,
no perispírito estaria uma espécie de prévio modelo impondo as suas
potencialidades na matéria que, também, o sustenta pelo fornecimento (eles se
retroalimentam) das experiências que aí se processam.
As células, tecidos e órgãos que de alguma forma
podem apresentar-se independentes, com divergentes finalidades buscam, em seus
respectivos labores, alcançar uma posição devida. A função de um organismo
pertence a um conjunto e não as unidades que o compõem; as unidades
celulares, em constantes transmutações, possuem
tarefas específicas que se complementam a fim de atingirem uma meta; tudo
às expensas de um campo modelador, o perispírito, à serviço do Espírito,
onde pequena parte das suas qualidades são refletidas numa determinada
jornada reencarnatória.
Claude
Bernard,
em sua época, já tinha percebido essas forças diretivas quando afirmou: "O
que se diz essencialmente com o domínio da vida e não pertence à Química, nem à
Física, nem ao que mais possamos imaginar, é a ideia
diretriz dessa atuação vital. Em todo germe vivo há uma ideia
dirigente, a manifestar-se e a desenvolver-se na sua organização. Depois,
no curso de toda a sua vida, o ser permanece sob a influência dessa força criadora, até que morre quando ela não
mais se pode efetivar. É sempre o mesmo princípio de conservação do ser,
que lhe reconstitui as partes vivas, desorganizadas pelo exercício, por
acidentes ou enfermidades". (Citado por G. Delanne em seu
livro: A Evolução Anímica).
O
perispírito é o orientador da organização física, cujas células e
tecidos estão em constante renovação. As substâncias menores (grupos
moleculares) de substituição nas células perenes (células nervosas), como,
também, as células de renovação da organização física ocuparão suas exatas
posições em obediência funcional, pela ação
orientadora e sempre presente do perispírito.
O
perispírito, por intermédio de suas linhas de força, estará como que implantado
na matéria, pois, em última análise, a matéria traduz a condensação das
energias perispirituais. O perispírito apesar de coligado à matéria sofre
afrouxamentos nessas ligações, em estados especiais (transes) e mesmo durante o
sono. O afrouxamento dessa imantação, com as células físicas, possibilitaria as
conhecidas projeções (desdobramento, saída astral), traduzindo específicas
percepções.
Carrega o perispírito, em sua estrutura, um
componente de centros de força bem específicos, conhecidos como
centros-vitais e descrito pelos antigos, através da teosofia, como chacras.
Segundo informações espirituais, existem sete centros principais,
salientando-se o centro-coronário,
correspondendo ao alto da cabeça, como orientador dos demais, numa verdadeira
cadeia de funcionalidade, influenciando as zonas físicas que lhes correspondem.
Assim, segue-se o centro-cerebral (frontal),
ao lado do coronário, o centro-laríngeo na
altura do pescoço, o centro- cardíaco correspondendo
a região do coração, o centro-esplênico na
altura do baço, o centro-gástrico (solar) na
região estomacal e o centro-genésico em
correspondência aos órgãos sexuais. Todos esses centros, pelas suas
características de impulsão, organização e direção de trabalho podem
exteriorizar-se, contrair-se e expandir-se, a fim de absorverem ou emitirem
energias com variada finalidade. A sua precípua função seria a de canalizar
as energias do Espírito, após adaptação vibratória, nos campos materiais.
Os campos da matéria que melhor se identificam com os centros de forças são os plexos
nervosos do sistema neurovegetativo (parte
do sistema nervoso responsável pelo controle das principais funções da
vida vegetativa, involuntária como: circulação do sangue, digestão, respiração,
etc), por onde as sugestões espirituais seriam feitas sem interferência da
vontade consciente do sistema nervoso cérebro-espinhal. No
perispírito existirão os registros de todas as experiências, atividades,
sensações e emoções que se realizam no corpo físico; todos esses registros
são transladados para a zona espiritual após as devidas e necessárias
adaptações; isto porque, o perispírito não é o detentor definitivo
das experiências (arquivo da memória), mas um campo intermediário,
embora com estruturas específicas que o qualificam em estágio funcional mais
avançado que a bioquímica de nosso corpo físico. Nessa conjuntura, quando do
processo reencarnatório, o Espírito, com aspecto ovóide
(Propriedade da Mutabilidade à O
Perispírito no decorrer do processo evolutivo é suscetível de modificar-se com
relação à sua estrutura e forma: reducionismo – miniaturização – A Gênese, Cap. 14, item 10), por ter cedido a maioria do seu perispírito anterior às forças da
natureza, fica envolvido por tênue camada do restante perispiritual e
sustentado por capa vibratória bem definida o Corpo Mental, zona que o
separa da região espiritual. À medida que desenvolvimento embrionário se vai
observando, o novo perispírito também se vai ampliando, ou melhor, a zona
física se vai avolumando pelo impulso do novo perispírito, em crescimento, com
características inspiradas pelos vórtices energéticos da zona espiritual. O
corpo ou personalidade será novo como, também, o perispírito que, por sua vez,
foi impulsionado pelo campo mental.
Quando o Espírito se apresenta sem o corpo físico,
portanto desencarnado, o perispírito, com seu campo eletromagnético, continua
mostrando-se com o formato do corpo físico que impulsionava, porém com
modificações funcionais ligadas, principalmente, ao campo dos aparelhos digestivo e genésico, e em graus de
variabilidade dependentes da posição evolutiva do ser. O campo do sexo
quando ativado e trabalhado, na romagem reencarnatória, em potenciais
construtivos (energias criadoras), possibilita condições
de ampliação evolutiva , cujos reflexos se fazem sentir na fase
desencarnatória que se segue.
O perispírito pode e deve ser considerado como uma organização fluídica, onde as estruturas físicas (corpo físico) se modelam em suas malhas por estarem submetidas sob sua direta influência, em mecanismos de contratilidade e expansibilidade. Os seus campos energéticos podem ser mais ou menos densos, na dependência da posição evolutiva em que se encontra determinado Espírito. Nos Espíritos mais atrasados o perispírito é bastante denso e, como tal, bem aderente aos campos materiais; nos Espíritos mais evoluídos apresenta-se tênue e rarefeito, com possibilidade de mais fácil desligamento do campo material que influencia. Esta última qualidade pode propiciar ao encarnado maiores expressões de inteligência e mesmo apresentar, de modo mais ostensivo, a fenomenologia paranormal. Dessa forma, conclui-se que o perispírito possui "organizações análogas" ao corpo físico, porém muito mais expressivas e avançadas.”
