terça-feira, 1 de agosto de 2023

 


Caridade e Doutrina Espírita

“Allan Kardec, depois de aprofundar a meditação em torno dos ensinos dos Espíritos Superiores, que se apoiavam nas claras lições do Evangelho, concluiu com sabedoria que “Fora da Caridade não há salvação” (ESE: Cap. 15, item 5), dando início a uma nova concepção religiosa.

É justo, pois, que diante do esfaimado, se aplique a máxima sublime, dilatando o pão generoso.

Ante o desnudo se alongue a bondade, oferecendo tecido e agasalho, que lhe guarde a nudez.

Perante o enfermo se agiganta a prodigalidade, ensejando o remédio refazente.

Encontrado o coração cruciado na dificuldade, se amplie o curso dos sentimentos e se ofereçam meios que solucionem o problema.

Frente ao que chora, se abra a alma e escute a razão das lágrimas, doando recursos que as estanquem.

Em face da orfandade em desabrigo, se converta o lar em reduto que a agasalhe, reverenciando a excelente virtude.

Defrontado pela viuvez ou a miséria vestidas de vergonha, se abra a bolsa amiga facultando alegrias e reconforto.

Em toda situação do caminho por onde segues, cantando a melodia do Espiritismo que te renovou a mente e consolou o coração, ajuda, distendendo a prodigalidade em homenagem ao Anjo Caridade.

Também prescreveu o Codificador do Espiritismo após acuradas elucubrações: “Fé legítima só o é, a que pode enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade” (ESE: Cap. 19, item 7, § 3º).

A Caridade tem regime de urgência, mas também o esclarecimento ao seu lado tem tarefa prioritária, funcionando como combustível de sustentação.

Pão ao esfaimado como dever imediato, e luz do ensino espírita, para que a angústia da fome seja dirimida pelo serviço dignificante.

Tecidos ao corpo entanguido como tarefa inadiável; no entanto, orientação espírita para agasalhar a alma na esperança, livrando-a, em definitivo, do frio.

Medicamento ao corpo doente como recurso urgente, todavia, diretriz espírita para que o espírito compreenda as razões profundas da dor e possa revitalizar-se.

Socorro ao aflito nos braços do desespero como obrigação irreversível; mas, roteiro espírita para que o conhecimento o liberte de toda treva e agitação.

Ouvido atento e auxílio rápido ao sofredor como terapêutica do momento; e também lições espíritas para que a causa das lágrimas seja removida e o equilíbrio governe a vida.

Amparo ao órfão, no próprio lar, como lição viva de amor; porém, conduta espírita diante dele, como linha de segurança para o seu engrandecimento.

Assistência à mulher viúva e auxílio à miséria como impositivos de ação cristã; todavia, oferta da Doutrina Espírita a fim de que a revolução da verdade conceda luz e vida, para que novos enganos sejam evitados, libertando as mentes das ligações poderosas com o mal.

A caridade para ser legítima não dispensa a fé que lhe oferece vitalidade; e esta para ser nobre deve firmar-se no discernimento da razão como normativa salutar.

O Espiritismo, por isso mesmo, é Doutrina de amor; no entanto, referendado pelos Emissários da Luz, o estudo merece regime de urgência e consideração especial para que a Doutrina, em si mesma, seja um sustentáculo à hora da amargura e do desespero, do sofrimento e do desamparo, capaz de constituir-se fonte preciosa onde o crente, em qualquer época e a todo instante, encontre a “água viva” a que se referia Jesus, em condições de dessedentá-lo em definitivo.”

 

Livro: “Dimensões da Verdade” – Cap. 38.

Psicografia: Divaldo Pereira Franco.

Espírito: Joanna de Ângelis


 

DESPERDÍCIOS

Há muito desperdício no mundo, fomentando larga faixa de miséria entre os homens.

O que abunda em tua mesa falta em muitos lares.

O excesso nas tuas mãos é escassez em inúmeras famílias.

O que te sobra e atiras fora, produz ausência em outros lugares.

O desperdício é fator expressivo de ruína na comunidade.

O homem, desejando fugir das realidades transcendentes da vida, afoga-se na fantasia, engendrando as “indústrias da inutilidade”, abarrotando-se com os acúmulos, padecendo sob o peso constritor da irresponsabilidade, em que sucumbe por fim.

A vida é simples nas suas exigências quase ascetas.

Muitos cristãos distraídos, porém, ataviam-se, complicam os deveres, sobrecarregam-se do dispensável, desperdiçam valores, tempo e oportunidade edificante para o próprio burilamento.

Desperdiçam palavras, amontoando-as em verbalismo inútil a fim de esconderem as verdades.

Desperdiçam tempo em repousos e férias demorados, que anestesiam os centros combativos de ação da alma encarnada.

Desperdiçam alimentos em banquetes, recepções festas extravagantes com que disputam vaidades.

Desperdiçam medicamentos em prateleiras empoeiradas, aguardando, no lar, doenças que não chegarão, ou, em se apresentando, encontram-nos ultrapassados.

Desperdiçam trajes e agasalhos em armários fechados, que não voltarão a usar.

Desperdiçam moedas irrecuperáveis em jogos e abusos de todo gênero, sem qualquer recato ou zelo.

Desperdiçam a saúde nas volúpias do desejo e nas inquietações da posse com sofreguidão.

Desperdiçam a inteligência, a beleza, a cultura, a arte nos espetáculos do absurdo e da incoerência, a fim de fazerem a viagem da recuperação do que estragaram, em alucinada correria para lugar nenhum...

Não se recupera a malbaratada oportunidade.

Ninguém volta ao passado, na busca de refazê-lo, encaminhá-lo noutro rumo.

O desperdício alucina o extravagante e exaure o necessitado que se lhe faz vítima.

Há, sim, muito e incompreensível desperdício na Terra.

Reparte a tua fartura com a escassez do teu próximo.

Divide os teus recursos, tuas conquistas e vê-los-á multiplicados em mil mãos que se erguerão louvando e abençoando as tuas generosas mãos.

Passarás pelo mundo queiras ou não. Os teus feitos ficarão aguardando o teu retorno.

Como semeares, assim recolherás.

O que desperdiçares hoje, faltar-te-á amanhã, não o duvides.


Livro: Leis Morais da Vida - Cap. 20.

Psicografia: Divaldo Pereira Franco.

Espírito: Joanna de Ângelis.


 

PRESENÇA DO EGOÍSMO

No fundo das desgraças humanas o egoísmo sempre aparece como causa essencial.

Urde a agressividade e inspira a fuga ao dever sob disfarces inescrupulosos com que passa ignorado.

Remanescente das paixões que predominam em a natureza animal, vige com vigor logrando triunfos de mentira com que não consegue saciar a sede dos gozos nem organizar o bastião de segurança em que busca apoio para a sistemática autodefesa.

Examinemo-lo em algumas nuances.

O mentiroso acredita que se exime à responsabilidade do cometimento que oculta e não raro avança no rumo da infâmia ou da calúnia logo a oportunidade se lhe faça propícia.

O egoísmo é-lhe o nefando inspirador.

O perseguidor crê-se amparado pela necessidade do desforço justo ou que procura justificar, transformando-se em implacável algoz.

O egoísmo sustenta-o na empresa inditosa.

O sensualista perverte o próximo, desrespeitando a honestidade das vítimas que lhe caem nas armadilhas.

O egoísmo absorvente emula-o ao desar contínuo.

O avaro amealha com sofreguidão cobrando à sociedade um tributo absurdo, devorando os bens alheios e permitindo-se devorar pela sandice.

O egoísmo faz-se-lhe a força que o propele na infeliz tarefa.

O assaltante de qualquer denominação apropria indebitamente, utilizando-se subrepticiamente da astúcia, da temeridade, do cinismo, da loucura. O egoísmo domina-o feroz.

O misantropo arroga-se direitos na infelicidade que se impõe e exerce enérgico domínio em torno dos próprios passos com que não amaina a melancolia em que se compraz. O egoísmo concita-o à lamentável situação.

O vício de qualquer tipo exercendo dominação sobre o homem, sem facultar a outrem qualquer ensancha de prazer. Crê-se merecedor de tudo e a si mesmo se concede somente direitos e permissividades.

Morbo pestilencial, no entanto. consome aquele que o agasalha e o vitaliza.

Destrói em volta, sem embargo aniquila-se.

O conhecimento da vida espiritual constitui o antídoto eficaz a tão violento quão generalizado mal: o egoísmo.

Descarta-te de excessos e, disposto a vencê-lo, distribui o que te seja também necessário.

Não é uma conclamação à imprevidência, tão pouco apoio à avareza.

Imprescindível combater por todos os modos possíveis esse adversário que se assenhoreia da alma e lhe estrangula as possibilidades de libertação.

Ama e espraia-te.

Desculpa e cresce na fraternidade.

Serve e desdobra a esperança. 

Ora e dilata os valores da iluminação espiritual, clarificando mentes e corações no propósito excelente de vencer em definitivo esse verdugo que tem sido a matriz de todos os males que pesam na economia moral, social e espiritual da Humanidade.

Livro: "Leis Morais da Vida" - Cap. 21.

Psicografia: Divaldo Pereira Franco.

Espírito: Joanna de Ângelis.

 

 Lei de Conservação e Saúde Mental (extrato)

- Vamos fazer uma leitura de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Cap.17,It.11.

 “(...) O Espírito de Verdade nos fala dos instintos, dos meios de subsistência, do gozo dos bens terrenos, do necessário e do supérfluo, etc. Alerta-nos para a necessidade das questões sócio-políticas, como parte do processo evolutivo e de crescimento dos homens como indivíduos e enquanto grupo social. Fornece-nos uma verdadeira aula de como vivermos inseridos na sociedade, levando em conta todas as dimensões da criatura humana.

Não há oposição entre espírito e matéria no que se refere ao atendimento de nossas necessidades. Falamos isso porque é comum observarmos os indivíduos situando-se em apenas um dos polos. Ou são francamente materialistas e só se preocupam com o que se refere a seus interesses materiais, ou então são espiritualistas, de forma equivocada, e vivem negando sua dimensão material. Esses últimos buscam apenas a experiência espiritual, descuidando-se de sua realidade física, tanto no que diz respeito aos cuidados com o próprio corpo, quanto às suas condições materiais de vida.

"(...) Desatender as necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a Lei de Deus". (ESE, Cap. 17, item 11)

Em contrapartida o homem comum de nossos dias dedica-se apenas ao que leva ao prazer físico e, já houve tempo em que se pensava que, quanto mais prazeres o homem tivesse, mais feliz ele seria. O pressuposto (lema) do homem materialista continua sendo esse. Move-se para alcançar apenas o prazer físico e, não tendo uma perspectiva espiritual, acaba exagerando na valorização desse aspecto. Perde ele a noção do que lhe é necessário e do que lhe é supérfluo e, com isso, desequilibra-se.

Boa parte dos transtornos emocionais se dão devido ao não atendimento das necessidades afetivas e espirituais. E também devido aos abusos do prazer.

Temos, no nosso mundo atual, exemplos evidentes desse equívoco, através da supervalorização do corpo e do belo. A estética vale mais do que a ética. É o culto do corpo e da forma onde, se você não é bonito e vencedor, está fora. Mostra-se um falso ideal de que o perfeito vem através do físico. Se você parecer será o suficiente. Pessoas com importantes falhas narcísicas, ou seja, problemas relacionados com sua autoimagem e autoestima, acabam sendo alvo fácil da propaganda consumista do mundo moderno, submetendo-se a intermináveis cirurgias plásticas, dietas absurdas, sessões exageradas de musculação, cursos de como ser um campeão etc.

O Livro dos Espíritos, questão 719.

Por forças morais podemos entender a dimensão espiritual e também emocional da pessoa, uma vez que, está demonstrado, viver apenas em torno dos valores estéticos, leva a sérias perturbações psicológicas. Que o digam os indivíduos que ao fechar das cortinas ficaram sem plateia para admirar sua beleza, uma vez que o tempo é inexorável, e não há quem escape do envelhecimento natural. Por mais que se recorra a esticadinhas plásticas no rosto, chega um dia em que a pessoa precisa ter maturidade e bom senso para dar-se conta de que não tem mais nada para esticar. O que ela precisa é ter dignidade consigo própria e desenvolver outros valores, já não mais estéticos, mas éticos. Dar-se conta de que ela é muito mais do que um corpo que envelhece. Poder olhar-se diante do espelho e dizer para si própria:

- Aí está! Tua aparência já não tem espaço nas galerias da vaidade. Mas, tu és grande! Capaz de contar a história de uma existência única! Ninguém foi ou será igual a ti...

O que abastece interiormente o ser humano são os valores da alma. É na plenitude da consciência que se pode alcançar a paz e a serenidade.                                                                         

A Doutrina Espírita não é contrária aos cuidados de ordem estética, até porque eles podem estar a serviço da autoestima da pessoa, o que é fundamental para que ela se relacione melhor consigo mesma e com os outros. No entanto adverte, em O Livro dos Espíritos, questão 719:

“(...) É natural o desejo do bem-estar. Deus só proíbe o abuso, por ser contrário à conservação".

O Espiritismo é uma Doutrina que nos educa para a vida depois da morte, mas também nos ensina a viver a vida antes da morte.”

Referência: “Leis Morais e Saúde Mental” – Cap. 5

Autor: Sérgio Luis da Silva Lopes.

 

Livro: 

Livro: Diretrizes de Segurança – Divaldo P. Franco e José Raul Teixeira

Cap. 1 – Mediunidade.

Pergunta 27. Em mediunidade, o que seriam sintonia, ressonância e vibrações compensadas?

Divaldo – “A sintonia, como o próprio nome diz, é a identificação. Estamos sempre acompanhados daqueles que nos são afins.

 A emissão de uma onda encontra ressonância num campo vibratório equivalente. Aí temos a sintonia, como numa rádio que emite uma onda e é captada por um receptor na mesma faixa vibratória. A sintonia de Chico Xavier com o Espírito Emmanuel dá essa ressonância maravilhosa, que é a obra abençoada que o Instrutor mandou à Terra. A ressonância seria o efeito que decorre do mecanismo de sintonia. E as vibrações compensadas são aquelas que oferecem, como o próprio nome coloca, a resposta dentro do padrão de reciprocidade. Quando Chico sintoniza com Emmanuel recebe a compensação do benefício que decorre daquela onda provinda do Benfeitor, que lhe responde ao apelo através do bem-estar que lhe proporciona. Essa compensação pode ser positiva ou negativa. Se elaboramos ideias infelizes somos compensados pelas respostas das entidades afins, que se comprazem em nos utilizar na viciação toxicômana, alcoólica, tabagista ou no exagero em qualquer função ou hábito.

Quando oramos ao Cristo, ou oramos a Deus, recebemos imediatamente a compensação do bem-estar que decorre de estarmos sintonizados com o Alto.”


🌹 Venham conhecer no Facebook a página da Sociedade de Estudos Espíritas Francisco de Assis, localizada na Cidade Imperial - Petrópolis.

👉 Segue o link: https://www.facebook.com/groups/339633762719423



 

  “Bem-Aventurados os Pobres Pelo Espírito!”   (Mateus 5, 3)      “ Poucas palavras do Evangelho sofreram, através dos séculos, tão grande...