terça-feira, 12 de agosto de 2025

 Instinto: Lei de Conservação

“(...) Os Espíritos Superiores ensinam que o instinto de conservação é uma das Leis da Natureza. Ele obriga a criatura a prover às necessidades do corpo, pois, sem força e sem saúde, não consegue realizar o trabalho que lhe compete no concerto evolutivo. Todavia, essa é uma faculdade inerente não apenas ao homem, mas a todos os seres vivos, seja qual for o grau de sua inteligência. Em uns é exclusivamente automático ou inconsciente, enquanto em outros é racional. Sem o instinto, não haveria o aperfeiçoamento das espécies, que têm que concorrer para o cumprimento dos desígnios divinos.

O instinto é a mola propulsora que impele os seres orgânicos à prática de atos espontâneos e involuntários, com vistas à sua conservação. A par do instinto, há a inteligência, que se revela por atos voluntários, premeditados, combinados, de acordo com as circunstâncias. O instinto é um guia seguro, que jamais se engana, enquanto a inteligência, pelo fato de ser livre, está sujeita a erros. À medida que a criatura progride, lentamente o instinto vai dando lugar à inteligência, porém, mesmo na pessoa de intelecto mais avançado, o instinto ainda se manifesta em caráter suplementar.

O princípio inteligente, que “dormita no vegetal, agita-se no animal e desperta no homem” (O Problema do Ser e do Destino, 1ª Parte, Cap. 9 – Léon Denis), desde sua origem e em suas primeiras manifestações no plano físico, automatiza, por meio de experiências incontáveis, repetitivas e sucessivas, vivenciadas em organismos progressivamente mais complexos, reações aos impulsos do meio físico, que se vão gravando no perispírito, com o fim de proporcionar a adaptação desses seres ao meio ambiente:

“[...] [os instintos] constituem [...] os fundamentos da vida intelectual; são os mais prístinos (primitivos) e mais duradouros movimentos perispirituais que as incontáveis encarnações fixaram, incoercivelmente (não pode ser impedido), em nosso invólucro fluídico, e, se o verdadeiro progresso consiste no domínio desses instintos brutais, infere-se (percebe-se) que a luta seja longa, quão terrível, antes de conquistar esse poderio.”             

(Gabriel Delanne, “A Evolução Anímica”, Cap. 3 – “Instinto” – Página 118).

O instinto predomina no animal, que elabora apenas ideias-fragmentos (Evolução em Dois Mundos, Chico Xavier, 1ª Parte, Cap. 10 – Pensamento Contínuo). Nele, a inteligência e a liberdade estão condicionadas pelas necessidades materiais. Por isso, não tem vida moral, ao contrário do que acontece com o homem, que, além da razão e do livre-arbítrio, possui ampla vontade, motivos pelos quais é responsável por seus atos, tanto que se encontra sujeito à Lei de Causa e Efeito.

Se, por um lado, é imposta à criatura humana a necessidade de viver, por outro, Deus concede-lhe os recursos indispensáveis para suprir essa necessidade e suavizar-lhe as lutas. Toda a matéria-prima necessária à alimentação e ao desenvolvimento da indústria e do comércio encontra-se disponível na natureza. À medida que aprimora a Ciência, o homem vai descobrindo e ampliando meios de satisfazer seus anseios.”

Livro: “As Leis Morais na Atualidade” – Cap. 9 – FEB.

Autor: Christiano Torchi.



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