Instinto: Lei de Conservação
“(...) Os Espíritos Superiores ensinam que o instinto de
conservação é uma das Leis da Natureza. Ele obriga a criatura a prover às
necessidades do corpo, pois, sem força e sem saúde, não consegue realizar o
trabalho que lhe compete no concerto evolutivo. Todavia, essa é uma faculdade
inerente não apenas ao homem, mas a todos os seres vivos, seja qual for o grau
de sua inteligência. Em uns é exclusivamente automático ou inconsciente,
enquanto em outros é racional. Sem o instinto, não haveria o aperfeiçoamento
das espécies, que têm que concorrer para o cumprimento dos desígnios divinos.
O instinto é a mola propulsora que impele os seres orgânicos
à prática de atos espontâneos e involuntários, com vistas à sua conservação. A
par do instinto, há a inteligência, que se revela por atos voluntários,
premeditados, combinados, de acordo com as circunstâncias. O instinto é um guia
seguro, que jamais se engana, enquanto a inteligência, pelo fato de ser livre,
está sujeita a erros. À medida que a criatura progride, lentamente o instinto
vai dando lugar à inteligência, porém, mesmo na pessoa de intelecto mais
avançado, o instinto ainda se manifesta em caráter suplementar.
O princípio inteligente, que “dormita no vegetal, agita-se
no animal e desperta no homem” (O Problema do Ser e do Destino, 1ª Parte, Cap.
9 – Léon Denis), desde sua origem e em suas primeiras manifestações no plano
físico, automatiza, por meio de experiências incontáveis, repetitivas e
sucessivas, vivenciadas em organismos progressivamente mais complexos, reações
aos impulsos do meio físico, que se vão gravando no perispírito, com o fim de
proporcionar a adaptação desses seres ao meio ambiente:
“[...] [os instintos] constituem [...] os fundamentos da vida intelectual; são os mais prístinos (primitivos) e mais duradouros movimentos perispirituais que as incontáveis encarnações fixaram, incoercivelmente (não pode ser impedido), em nosso invólucro fluídico, e, se o verdadeiro progresso consiste no domínio desses instintos brutais, infere-se (percebe-se) que a luta seja longa, quão terrível, antes de conquistar esse poderio.”
(Gabriel Delanne, “A Evolução Anímica”, Cap. 3 – “Instinto” – Página 118).
O instinto predomina no animal, que elabora apenas
ideias-fragmentos (Evolução em Dois Mundos, Chico Xavier, 1ª Parte, Cap. 10 –
Pensamento Contínuo). Nele, a inteligência e a liberdade estão condicionadas
pelas necessidades materiais. Por isso, não tem vida moral, ao contrário do que
acontece com o homem, que, além da razão e do livre-arbítrio, possui ampla
vontade, motivos pelos quais é responsável por seus atos, tanto que se encontra
sujeito à Lei de Causa e Efeito.
Se, por um lado, é imposta à criatura humana a necessidade
de viver, por outro, Deus concede-lhe
os recursos indispensáveis para suprir essa necessidade e suavizar-lhe as
lutas. Toda a matéria-prima necessária à alimentação e ao desenvolvimento da
indústria e do comércio encontra-se disponível na natureza. À medida que
aprimora a Ciência, o homem vai descobrindo e ampliando meios de satisfazer
seus anseios.”
Livro: “As Leis Morais na Atualidade” – Cap. 9 – FEB.
Autor: Christiano Torchi.
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