sábado, 27 de agosto de 2022

Parábola do Cego que guia outro Cego.

Lucas 6, 39 – 45  e  Mateus 15, 12 – 14.


“(...) Por que a referência a um cego guiando o outro?

Impactante símbolo que reflete os tempos modernos, onde, justamente, por desconhecer a perfeição absoluta de Deus, a Suprema Inteligência..., mas também por ignorar as características dos Espíritos, que o Criador envia ao plano material para instruir a humanidade... Os Imperfeitos (cegos) acabam por procurar referências morais em seres do mesmo nível evolutivo e que, pelas características discutidas por Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos” na Escala Espírita – Itens Nº 100 até 113, pouco têm a oferecer (outro cego, portanto).

Por que fazemos isso?

Além da fragilidade natural dos Espíritos da 3ª Ordem (Espíritos Imperfeitos), este tipo de comportamento tem a sua origem na religiosidade do passado, na qual nos pautávamos pelas decisões de hierarquias sacerdotais, bastante imperfeitas, sectárias e interessadas na manutenção das estruturas de poder que lhes eram convenientes. Centralizadoras, esforçavam-se para manter o "rebanho" sob controle. Vaidade, orgulho e extremo egoísmo. Estariam esses sacerdotes reencarnados?

Trazendo estas reflexões para os tempos atuais, ainda percebemos, em nosso comportamento, esta dependência. Estamos sempre procurando alguém que nos diga o que fazer, de que modo agir, qual caminho trilhar... Por consequência, muitas vezes, acabamos criando as relações de dependência.

ATENÇÃO! Poderíamos nós, tão imperfeitos quanto ainda os somos, servir de guia para outros imperfeitos? Teríamos condições morais de conduzir? Deveríamos estar procurando referência em "cegos", assim como nós?

Nesse momento de nossa discussão, vale ressaltar: todo Espírito imperfeito precisa de auxilio em seu processo evolutivo. Nosso intento é diferenciar a dependência, com relação à necessidade de ajuda. Libertar-se significa, entre outras coisas, desenvolver a própria consciência, agindo, a partir daí, de acordo com os valores morais ali registrados.

O Espírito Erasto, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", oferece-nos belíssima descrição dos falsos profetas. Segundo ele, é característica dos tempos de intensificação da transformação planetária a perturbação, o medo da nova realidade em construção, o receio quanto a desconstrução daquilo que cultuamos por milênios. Nestes momentos, ainda, de acordo com Erasto, esse tipo de "cego" se sente encorajado a divulgar conceitos, muitas vezes pessoais, que divergem dos ensinos do Cristo e dos Espíritos Superiores, organizados por Allan Kardec, criando então os cismas (rixas, cisão) e o sectarismo (intolerância). Atentemos para as palavras do Espírito Erasto, no Cap.21, do Evangelho, item10 (2º §):

“São eles que espalham o fermento dos antagonismos entre os grupos, que os impelem a isolarem-se um dos outros e a olharem-se com prevenção. Isso por si só bastaria para os desmascarar, pois, procedendo assim, são os primeiros a dar formal desmentido às suas pretensões. Cegos, portanto, são os homens que se deixam cair em tão grosseiro embuste."
(...)

Desnecessário lembrar a existência, em ambos os planos da Vida, de seres que lutam contra o esclarecimento e a libertação. Manter os povos e os seres sob controle, manutenção do poder, manipulação... Almejando a glória por terem sido os mentores do sucesso! E nenhuma responsabilidade, caso o fracasso ocorra...

O Espiritismo, sendo a ciência que tem como objeto dos seus estudos o Espírito imortal e as suas relações com o plano material, ensina-nos a existência de outro tipo de falsos profetas: os da erraticidade (desencarnados, portanto).

Atuando, através de médiuns invigilantes, tentam implantar seus sistemas que, quase sempre, estão em contradição com os alicerces da Doutrina Espírita, alegando a necessidade de atualização dos mesmos. Aproveitando o desconhecimento dos critérios usados por Allan Kardec, como referência para a filtragem das inúmeras informações ofertadas pelos Espíritos, impõe (os falsos profetas desencarnados) suas ideias isoladas, contrariando o Controle Universal (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec - Introdução, Item II): “(...) Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares. (...)” Quem seriam, então, as referências seguras? Como identificar aqueles que Deus tem enviado para nos ensinar, principalmente, pelo exemplo?

Reflitamos sobre o item 624 de "O Livro dos Espíritos". à Qual o caráter do verdadeiro profeta? R: “O verdadeiro profeta é um homem de bem inspirado por Deus. Podeis reconhecê-lo pelas suas palavras e seus atos. Impossível é que Deus se sirva da boca do mentiroso para ensinar a verdade.”

A resposta dos Espíritos confirmando as palavras do Cristo, quando nos ensinou que conheceríamos a árvore pelos frutos (Mateus 7, 16), ensina-nos a avaliar, com atenção, a conduta daqueles a quem escolhemos para orientadores e, muitas vezes, fazendo-se de gurus.

Recorramos novamente a Erasto (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 21, item 9 – 2º§): "(...) Para fazer que a humanidade avance moralmente e intelectualmente, são precisos homens superiores em inteligência e em moralidade".

Acreditamos que a prepotência, o egocentrismo e a vaidade não sejam características dos "homens superiores em inteligência e em moralidade", e sim a bondade e a humildade. O estímulo ao esclarecimento, o desenvolvimento da consciência de si mesmo, o controle dos impulsos, o pensar antes de agir... São estimulados pelos verdadeiros "professores", principalmente, pelo exemplo.

Se o Espiritismo nos ensina que sempre houve homens de bem, enviados por Deus, para possibilitar nossa instrução, surge a pergunta: quem seria o maior de todos eles? O profeta por excelência, o "diretor" da "escola" Terra?

Allan Kardec fez esta pergunta aos Espíritos Superiores, na primeira obra fundamental da Doutrina Espírita na questão 625 em “O Livro dos Espíritos": à Qual o tipo mais perfeito que Deus já ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?

R: “Vede Jesus”.

Jesus é o modelo de conduta a ser seguido por quem evolui na Terra! E a moral espírita é pautada no que nosso Governador ensinou há dois milênios! Com estes dois guias, a evolução pode transcorrer em trilhos menos tortuosos!”

Parábolas de Jesus à Luz da Doutrina Espírita - Volume 2.
Comentários de André Sobreiro.
Organizado por Rafael Papa.

 

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