Neurose e Vidas
Passadas. (extrato)
“Na
multiplicidade das reações que o ser humano apresenta, as de origem psíquica
são bastante complexas, pelas correlações com as vivências pretéritas; isto é,
reações que se mostram, principalmente em face das atitudes do passado,
onde outras personalidades (reencarnações) fizeram parte da estrutura de
determinada vivência.
Bem claro
que todas essas reações são bem apropriadas a cada ser, considerando-se, ainda,
a intensidade com que as mesmas forem desencadeadas. São tão vivas certas
demarcações, que elas são transplantadas para
outras vidas, a fim de que o processo seja absorvido integralmente. Nas
estruturações desarmônicas as experiências das reações, geralmente dolorosas,
funcionam como mecanismo burilador das fontes espirituais em desalinho. Nos casos positivos, onde virtudes foram o palco dos
fatos, o acréscimo nas raízes do Espírito é como que imediato. Em
qualquer das posições, reações negativas ou positivas, os resultados
experienciais serão sempre benéficos ao plano evolutivo, com as naturais
variações de tempo que cada ser em particular deve responder.
E bem mais
comum do que parece, e merecedor de anotações, que certos tipos de reações
psíquicas, de caráter doentio, despontam em indivíduos cujas atitudes de
vivências não mostram imediatas correlações com os sintomas; estes,
muitas vezes, insidiosos e aflitivos. Isto porque a correlação está quase
sempre ligada a fatos pregressos, ou mesmo pequenos fatos do presente que não encontram respaldo
explicativo com a intensidade dos sintomas desencadeados. Ocorre que
os pequenos fatos do presente são, sem
sombras de dúvidas, mecanismos despertadores das reações pregressas.
É por isso que tanto a Psicologia, quanto a Psiquiatria, encontram imensas
dificuldades de avaliação diante de certas e determinadas posições psíquicas.
No caso
específico da Psiquiatria, gostaríamos de lembrar dois tipos de sintomas que se
enquadram nessa assertiva, neuroses e vidas passadas - as reações
histéricas e fóbicas.
Os sintomas
histéricos e fóbicos, assim, representariam autênticas sinalizações da zona
espiritual, na tela psíquica física (zona consciente), como expressão de algo
que não pode ser retido.
O
afloramento de sintomas histéricos, fóbicos ou associados quase sempre se
apresentam complexos e tão complicados que os fundadores da psicologia profunda
organizaram métodos avaliativos, alargando o campo do psiquismo, criando
modelos variáveis: a Psicanálise, método psicanalítico e outros, sendo que,
hoje, perante visão mais criteriosa, estão presentes nos modelos transpessoais.
Os sintomas histéricos têm-se mostrado sob forma de
amnésias (perda temporária de memória), paralisias, zonas anestésicas pelo
corpo, espasmos, contraturas musculares, estados crepusculares, até mesmo sob
forma de crises catalépticas (rigidez muscular, dando a impressão de morte
aparente). Na área sensorial registram-se, habitualmente, surdez,
afonia, distúrbios da palavra e da visão. Os sintomas podem alcançar a área
sexual com hiperativação da função ou mesmo redução, mostrando frigidez sexual.
Devido aos desvios na área sexual, muitos pacientes mostram certo grau de
erotização das relações interpessoais.
Toda essa
múltipla sintomatologia sofre constantes oscilações, como que sem fixação das
respostas psicogênicas (sintomas). Seu despertar na zona física convencionou-se
denominar de conversão histérica. Em linguagem psicanalítica diz-se que os
sintomas histéricos possuem um sentido oculto, cuja mensagem foi censurada na
tela consciente por ser componente indesejável. Preferimos dizer que a tela
consciente, pelos seus limites, concentra o processo vindo da zona espiritual e
o faz exteriorizar sob forma de sintomas (geralmente dores psicológicas -
neuroses), a fim de colher, nessas difíceis vivências, o equilíbrio interno e
respectiva impulsão evolutiva do ser.
(...) Os sintomas fóbicos mostram nos pacientes, como ponto
culminante, o pânico incontrolável diante de certos fatos do cotidiano. Não
deve ser encarado como fobia certos temores, como chuva acentuada,
tempestades magnéticas, medo de altura etc., são reações, variáveis de
indivíduo a indivíduo, com tendência a serem suplantadas.
A fobia desencadeia-se diante de determinado objeto ou fato,
tendo o paciente, quase sempre, a solução no evitar o encontro. Isto
difere de obsessão espiritual, que se caracteriza
pelo assédio da ideia, tentando destruir as defesas psicológicas do
raciocínio.
A fobia
mostra-se, também, em formas bastante complexas pelas variações individuais.
Entretanto, podemos anotar várias condições de fobia situacional: agarofobia (fobia dos espaços abertos); a claustrofobia (aversão aos espaços fechados); eritrofobia (medo de enrubescer em público - ter
de fazer um discurso); fobia de animais; fobia do vazio; fobias dos
adolescentes etc.
As reações
fóbicas de pequena intensidade podem, com a tácita aceitação do processo,
principalmente nos adultos, transformar-se em neurose de difícil remoção.
Daí a necessidade de luta, com forte dose de vontade por parte daquele que
consigo carrega estas explosões anímicas, a fim de evitar a fixação de um
processo obsessivo (auto-obsessão).
(...)
Pelo visto,
tanto os sintomas histéricos quanto os fóbicos mostram-se em graus variáveis,
definindo reações neuróticas onde a participação da zona espiritual é
inconteste (que não se pode contestar ou duvidar). A maioria dessas
neuroses somente encontra explicação como reações
desencadeadas em conjunturas pretéritas.
(...)
O tratamento
deve ser instituído com as possibilidades dos modelos existentes em vigor.
Entretanto, salientamos a importância de também procurar-se neutralizar esses
focos sombrios do Espírito com novas realizações e trabalhos produtivos,
a fim de que os espaços provocados pelo processo catártico (desague das
energias doentes) possam ser ocupados positivamente. Com isso, haverá equilíbrio entre Espírito e matéria, entre
centro e periferia, entre meio interno e externo. E neste equilíbrio -
entrechoque biológico entre ser encarnado e meio ambiente - que a evolução se
afirma e avança, e o ser, com a sua imortalidade, vai sendo impulsionado para o
Infinito sem fim na busca de constantes criações.”
Livro: Busca do Campo Espiritual pela Ciência.
Autor: Jorge Andréa.
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