sexta-feira, 21 de outubro de 2022

 

PERISPÍRITO OU PSICOSSOMA (extrato)

“Os modelos organizadores biológicos representam a consequência lógica na explicação das formas. Todos os seres alcançam uma determinada e precisa morfologia. Os animais constituídos de unidades semelhantes e afins — células e tecidos - alcançam as posições que lhes competem por obediência a específica modelagem de um campo-organizador que consigo carregam. Todo ser tem o seu próprio campo-orientador de energias especiais. Este campo não seria propriamente o Espírito ou zona do Inconsciente, mas uma região intermediária, o campo que coligaria os dois elementos - matéria e espírito - conhecido como perispírito, termo criado, com muita propriedade, por Allan Kardec, embora esta zona já fosse conhecida de filósofos e pesquisadores, que lhe deram nomes variados (corpo astral, corpo fluídico, corpo aéreo, duplo, etc). (...) Conforme informação do autor espiritual André Luiz (Evolução em Dois Mundos – 1ª Parte, Cap. 2 – “Corpo Espiritual”), o perispírito é "formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição das partículas coloides (partículas muito pequenas), com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição específica, e apresentando estudos morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta".  

O perispírito é responsável pelo edifício físico de determinado ser, embora sob influência e orientação do Espírito que lhe dá exato direcionamento. O perispírito representa a tela refletora das energias do espírito e é por seu intermédio que a matéria (células e tecidos) se organiza buscando uma finalidade. Possui tal plasticidade que o desencarnado (espírito com seu perispírito) às expensas de sua própria vontade e a depender da evolução em que se encontra, pode apresentar-se com aspectos diversos que correspondem as suas personalidades já vividas.

Os seres vivos, desde o simples protozoário ao homem, são o efeito de seus próprios campos perispirituais. Os mais avançados na evolução são os que já possuem qualidades mais específicas adquiridas nas múltiplas vivências, onde o perispírito, como campo de energias mais amadurecidas, apresenta-se como modelo-organizador mais rico de qualidades. Assim, no perispírito estaria uma espécie de prévio modelo impondo as suas potencialidades na matéria que, também, o sustenta pelo fornecimento das experiências que aí se processam (perispírito e matéria se retroalimentam). (...)                                                        

O perispírito é o orientador da organização física, cujas células e tecidos estão em constante renovação. As substâncias menores (grupos moleculares) de substituição nas células perenes (células nervosas), como, também, as células de renovação da organização

física ocuparão suas exatas posições em obediência funcional, pela ação orientadora e sempre presente do perispírito.

(...) O perispírito apesar de coligado à matéria sofre afrouxamentos nessas ligações, em estados especiais (transes) e mesmo durante o sono. O afrouxamento dessa imantação, com as células físicas, possibilitaria as conhecidas projeções (desdobramento, saída astral), traduzindo específicas percepções.

Carrega o perispírito, em sua estrutura, um componente de centros de força bem específicos, conhecidos como centros-vitais, e descrito pelos antigos, através da teosofia, como chacras. (...)

Todos esses centros, pelas suas características de impulsão, organização e direção de trabalho podem exteriorizar-se, contrair-se e expandir-se, a fim de absorverem ou emitirem energias com variada finalidade. A sua precípua função seria a de canalizar as energias do espírito, após adaptação vibratória, nos campos materiais. Os campos da matéria que melhor se identificam com os chacras são os plexos nervosos do sistema neurovegetativo (parte do Sistema Nervoso responsável pelo controle das principais funções da vida vegetativa, involuntária como: circulação do sangue, digestão, respiração...), por onde as sugestões espirituais seriam feitas sem interferência da vontade consciente do sistema nervoso cérebro-espinhal.

No perispírito existirão os registros de todas as experiências, atividades, sensações e emoções que se realizam no corpo físico; todos esses registros são transladados para a zona espiritual (corpo mental) após as devidas e necessárias adaptações; isto porque, o perispírito não é o detentor definitivo das experiências (não é o arquivo da memória), mas um campo intermediário (...)

O perispírito pode e deve ser considerado como uma organização fluídica, onde as estruturas físicas se modelam em suas malhas por estarem submetidas sob sua direta influência, em mecanismos de contratilidade e expansibilidade. Os seus campos energéticos podem ser mais ou menos densos, na dependência da posição evolutiva em que se encontra determinado espírito. Nos Espíritos mais atrasados o perispírito é bastante denso e, como tal, bem aderente aos campos materiais; nos Espíritos mais evoluídos apresenta-se tênue e rarefeito, com possibilidade de mais fácil desligamento do campo material que influencia. Esta última qualidade pode propiciar ao encarnado maiores expressões de inteligência e mesmo apresentar, de modo mais ostensivo, a fenomenologia paranormal. Dessa forma, conclui-se que o perispírito possui “organizações análogas" ao corpo físico, porém muito mais expressivas e avançadas.”

 

Livro: “Correlações Espírito – Matéria”.

Autor: Jorge Andréa.

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