Livro:
Conversando com os Espíritos na Reunião Mediúnica.
Autora:
Therezinha Oliveira.
2ª Parte - Cap. 8 - O DIÁLOGO NA DESOBSESSÃO
“A obsessão
é uma situação constrangedora e infeliz, que Jesus e seus apóstolos,
narra o Evangelho, conseguiam desfazer, afastando obsessores e libertando
obsidiados.
Seguindo
esse Mestre sublime
de espiritualidade, os espíritas também procuramos socorrer e amparar vítimas e algozes enredados nas malhas da
obsessão.
Passes e
outros recursos magnéticos dispersam fluidos perniciosos em que o obsidiado
fica envolto e impregnado. Mas nem sempre isso basta para que ele se
liberte de seu obsessor.
Vejamos o
que nos orienta “O Livro
dos Médiuns”, no item 254 – 5ª – 1º§.
v
Para
desobsidiar, é preciso, como diz Kardec, atuar sobre o ser
inteligente. O diálogo permitirá, com instruções habilmente ministradas,
dar a esse espírito perverso a educação moral, ou seja: fazer despontar
nele o arrependimento e o desejo do bem, levando-o a renunciar a seus maus
propósitos.
A ação
desobsessiva requer, também, a orientação ao encarnado, que precisa
modificar para melhor seus pensamentos e atos, a fim de não mais ensejar a ação
do obsessor. Não há obsessão nem obsessor que
resista, quando o assediado faz esforço sincero pela sua reforma intima e se
dedica ao trabalho no bem.
Atuando
assim sobre ambos, o obsessor e o obsidiado, assegura Kardec: Pode-se, então,
ter a grata satisfação de libertar um encarnado e de converter um espírito
imperfeito.
Continuamos
com “O Livro dos Médiuns”,
no item 254 – 5ª – 2º§.
v De
fato, quem trabalha no intercâmbio mediúnico, acaba percebendo que alguns
espíritos nos entendem, a nós encarnados, mas sentem dificuldade em entender
aos Espíritos Superiores, porque não alcançam a
faixa mental em que eles se comunicam, nem lhes compreendem a
linguagem de superior moralidade.
= A QUESTÃO DA AUTORIDADE MORAL.
Observemos o que está
no “O Livro dos Médiuns”, no item 279.
Voltemos ao último
parágrafo do
item 254 – 5ª,
de “O Livro dos Médiuns”:
“Demais, o ascendente
que o homem pode exercer sobre os Espíritos está na razão da sua superioridade
moral. Ele não domina os Espíritos Superiores, nem mesmo os que, sem serem
superiores, são bons e benevolentes, mas pode dominar os que lhe são
inferiores em moralidade”.
v
É
por isso que, apesar de ainda imperfeitos, se já estamos desejosos de ajudar
fraternamente aos nossos irmãos, temos, moralmente, ascendência sobre os
espíritos que ainda se mantêm em disposição inferior (porque ainda não buscam o
bem ou ainda desejam o mal), e podemos com eles falar no trabalho da
desobsessão, procurando esclarecê-los e dissuadi-los da ação maléfica que estão
exercendo.
A admirável
médium Yvonne A. Pereira, em seu livro “A Luz do Consolador”,
narra edificantes episódios em que dialogou fraternamente com espíritos
obsessores, conseguindo dissuadi-los de seus propósitos e encaminhando-os ao
recomeço na vida espiritual. Agindo assim, ela diz que desses antigos
obsessores, agora espíritos renovados, fez muitos amigos, em laços de estima e
confiança.
= Ao dialogar com os obsessores, compreendamos:
1. O obsessor não deve
ser arrancado à força ou expulso; quais serão as razões de sua revolta ou ódio?
O encarnado pode não ser de todo uma vítima, tanto pelos acontecimentos em vida
anterior, como pela sua conduta na atual existência.
2. Rispidez,
autoritarismo, severidade não ajudarão nosso entendimento com o obsessor. Para
enternecê-lo e captar-lhe a confiança, nossa linguagem tem de ser sinceramente
fraternal; advertência amiga e, quando necessário, a energia, mas, de modo
geral, o conforto, o estímulo, a consolação.
Procuremos
tirá-los da ideia fixa de vingança, ódio, destruição. Mostremos que estamos
interessados em que não venha a sofrer depois, pelas consequências de maus
atos.
Mostremos
que a Lei Divina se encarrega de ensinar e corrigir, a nós e aos que
nos ferem, não precisando se faça ele um
vingador.
Expliquemos
que, quanto mais demora para decidir a se melhorar, mais difícil e trabalhosa
torna sua própria recuperação.
Se, o espírito obsessor, nos faz ameaças, desafios.
Não tenhamos
medo. Sejamos intimoratos (valentes), mas não temerários
(precipitados, arriscados).
Não
aceitemos a intimidação, pois sofreremos apenas o que estiver em nossos
compromissos espirituais, o que nos é necessário ao progresso. Mas não a
devolvamos (as ameaças) com palavras ou gesto de desafio ou provocação. Não
ridicularizemos a bravata (intimidação) do espírito nem desafiemos a sua ameaça.
A sua ironia, não respondamos com mofa (deboche; ironia).
Enfim, não
se intimidar, mas ser prudente. Pois a nós, particularmente, muitas
vezes ele poderia vencer e só a proteção da Equipe Espiritual do trabalho nos
dá amparo e ascendência, momentaneamente.
Se nos acusa de sermos piores que ele e aponta nossas falhas.
Estejamos
preparados para essas situações com humildade. Em espírito ele (o equivocado) nos
observa e pode se informar de nossas falhas, atuais ou em nosso passado. E não
somos espíritos redimidos e ele, um réprobo enredado nos seus crimes.
Também não adianta querermos exibir virtudes que não possuímos, ainda.
Mas o julgamento correto será pelos nossos esforços e
não por resultados já obtidos.
Se tivermos
paciência, tolerância, ele acabará por admitir que, mesmo ainda não tendo
alcançado os estágios superiores da evolução, somos alguém que quer mesmo
ser cristão e amigo, que nossa intenção é legítima, digno o esforço que
desenvolvemos, e nos respeitará por isso.
Se ele discute e grita.
Não
queiramos vencê-lo na discussão. Às vezes, ele até está melhor preparado
para isso. E sempre quer nos arrastar à discussão azeda e violenta, pois é
o clima que convém aos seus propósitos.
Nós, porém,
esclarecidos pelo Espiritismo e como dialogadores, temos de disciplinar nossas
emoções e sentimentos.
Encaminhemos a conversa para o ponto real.
O espírito
procura negacear (enganar; seduzir), não entra no seu campo pessoal, pois pode
revelar o fulcro (a chave; o eixo), o centro de seu problema. Sem forçar,
procuremos levar a conversação para esse campo.
Se propõe acordo, pacto ou barganha.
Simplesmente
não os aceitemos, sem nos indignarmos, acusar ou
agredir. Podemos sugerir que fale com nossos Superiores, os Dirigentes
Espirituais do trabalho, para que eles decidam. Geralmente nos dizem: Eles
são como vocês... Quer dizer que não concordam.
Não tentemos
"enrolar" o espírito com propostas ou promessas; ele pode tentar nos
enganar, pois está perturbado, desequilibrado, mas nós, não, temos de
demonstrar métodos melhores de relacionamento e conduta,
Se procura ficar falando o tempo todo.
Age assim
porque quer fugir de ouvir, pois, se nos ouvisse, poderia ser por nós
influenciado para o bem, enquanto fala, quer nos influenciar e para o mal,
procurando abalar nossa confiança e desanimar-nos.
Insistamos,
façamo-nos ouvir com firmeza, lógica e amor, e provavelmente preponderaremos
sobre ele.
Se tenta envolver outros do grupo.
Não deixe
que atraia o grupo todo para a conversa (usará perguntas, gracejos, fazer rir,
gestos etc.) nem que envolva magneticamente as pessoas (procurará tocá-las).
Alerte sobre isso aos participantes.
Ø
Como
vemos, à luz do conhecimento espírita, o diálogo que esclarece, consola,
adverte, orienta e anima é recurso precioso na
tarefa da desobsessão.
E pensar que
alguns confrades desavisados andam sugerindo métodos desobsessivos em que o diálogo aconselhador não é utilizado!...
A Doutrina
Espírita já colocou em nossas mãos conhecimentos tão esclarecedores e nos
apontou esse caminho excelente! Como deixar de empregar o fraterno diálogo
de luz, na tarefa da desobsessão?”
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