sábado, 5 de novembro de 2022

 

Livro: Conversando com os Espíritos na Reunião Mediúnica.

Autora: Therezinha Oliveira.

 

2ª Parte - Cap. 8 - O DIÁLOGO NA DESOBSESSÃO

“A obsessão é uma situação constrangedora e infeliz, que Jesus e seus apóstolos, narra o Evangelho, conseguiam desfazer, afastando obsessores e libertando obsidiados.

Seguindo esse Mestre sublime de espiritualidade, os espíritas também procuramos socorrer e amparar vítimas e algozes enredados nas malhas da obsessão.

Passes e outros recursos magnéticos dispersam fluidos perniciosos em que o obsidiado fica envolto e impregnado. Mas nem sempre isso basta para que ele se liberte de seu obsessor.

Vejamos o que nos orienta “O Livro dos Médiuns”, no item 254 – 5ª – 1º§.

v    Para desobsidiar, é preciso, como diz Kardec, atuar sobre o ser inteligente. O diálogo permitirá, com instruções habilmente ministradas, dar a esse espírito perverso a educação moral, ou seja: fazer despontar nele o arrependimento e o desejo do bem, levando-o a renunciar a seus maus propósitos.

A ação desobsessiva requer, também, a orientação ao encarnado, que precisa modificar para melhor seus pensamentos e atos, a fim de não mais ensejar a ação do obsessor. Não há obsessão nem obsessor que resista, quando o assediado faz esforço sincero pela sua reforma intima e se dedica ao trabalho no bem.

Atuando assim sobre ambos, o obsessor e o obsidiado, assegura Kardec: Pode-se, então, ter a grata satisfação de libertar um encarnado e de converter um espírito imperfeito.

Continuamos com “O Livro dos Médiuns”, no item 254 – 5ª – 2º§.

 De fato, quem trabalha no intercâmbio mediúnico, acaba percebendo que alguns espíritos nos entendem, a nós encarnados, mas sentem dificuldade em entender aos Espíritos Superiores, porque não alcançam a faixa mental em que eles se comunicam, nem lhes compreendem a linguagem de superior moralidade.

= A QUESTÃO DA AUTORIDADE MORAL.

Observemos o que está no “O Livro dos Médiuns”, no item 279.

 

Voltemos ao último parágrafo do item 254 – 5ª, de “O Livro dos Médiuns”:

“Demais, o ascendente que o homem pode exercer sobre os Espíritos está na razão da sua superioridade moral. Ele não domina os Espíritos Superiores, nem mesmo os que, sem serem superiores, são bons e benevolentes, mas pode dominar os que lhe são inferiores em moralidade”.

 

v    É por isso que, apesar de ainda imperfeitos, se já estamos desejosos de ajudar fraternamente aos nossos irmãos, temos, moralmente, ascendência sobre os espíritos que ainda se mantêm em disposição inferior (porque ainda não buscam o bem ou ainda desejam o mal), e podemos com eles falar no trabalho da desobsessão, procurando esclarecê-los e dissuadi-los da ação maléfica que estão exercendo.

 

A admirável médium Yvonne A. Pereira, em seu livro “A Luz do Consolador”, narra edificantes episódios em que dialogou fraternamente com espíritos obsessores, conseguindo dissuadi-los de seus propósitos e encaminhando-os ao recomeço na vida espiritual. Agindo assim, ela diz que desses antigos obsessores, agora espíritos renovados, fez muitos amigos, em laços de estima e confiança.

= Ao dialogar com os obsessores, compreendamos:

1. O obsessor não deve ser arrancado à força ou expulso; quais serão as razões de sua revolta ou ódio? O encarnado pode não ser de todo uma vítima, tanto pelos acontecimentos em vida anterior, como pela sua conduta na atual existência.

2. Rispidez, autoritarismo, severidade não ajudarão nosso entendimento com o obsessor. Para enternecê-lo e captar-lhe a confiança, nossa linguagem tem de ser sinceramente fraternal; advertência amiga e, quando necessário, a energia, mas, de modo geral, o conforto, o estímulo, a consolação.

Procuremos tirá-los da ideia fixa de vingança, ódio, destruição. Mostremos que estamos interessados em que não venha a sofrer depois, pelas consequências de maus atos.

Mostremos que a Lei Divina se encarrega de ensinar e corrigir, a nós e aos que nos ferem, não precisando se faça ele um vingador.

Expliquemos que, quanto mais demora para decidir a se melhorar, mais difícil e trabalhosa torna sua própria recuperação.

Se, o espírito obsessor, nos faz ameaças, desafios.

Não tenhamos medo. Sejamos intimoratos (valentes), mas não temerários (precipitados, arriscados).

Não aceitemos a intimidação, pois sofreremos apenas o que estiver em nossos compromissos espirituais, o que nos é necessário ao progresso. Mas não a devolvamos (as ameaças) com palavras ou gesto de desafio ou provocação. Não ridicularizemos a bravata (intimidação) do espírito nem desafiemos a sua ameaça. A sua ironia, não respondamos com mofa (deboche; ironia).

Enfim, não se intimidar, mas ser prudente. Pois a nós, particularmente, muitas vezes ele poderia vencer e só a proteção da Equipe Espiritual do trabalho nos dá amparo e ascendência, momentaneamente.

Se nos acusa de sermos piores que ele e aponta nossas falhas.

Estejamos preparados para essas situações com humildade. Em espírito ele (o equivocado) nos observa e pode se informar de nossas falhas, atuais ou em nosso passado. E não somos espíritos redimidos e ele, um réprobo enredado nos seus crimes. Também não adianta querermos exibir virtudes que não possuímos, ainda.

Mas o julgamento correto será pelos nossos esforços e não por resultados já obtidos.

Se tivermos paciência, tolerância, ele acabará por admitir que, mesmo ainda não tendo alcançado os estágios superiores da evolução, somos alguém que quer mesmo ser cristão e amigo, que nossa intenção é legítima, digno o esforço que desenvolvemos, e nos respeitará por isso.

 

Se ele discute e grita.

Não queiramos vencê-lo na discussão. Às vezes, ele até está melhor preparado para isso. E sempre quer nos arrastar à discussão azeda e violenta, pois é o clima que convém aos seus propósitos.

Nós, porém, esclarecidos pelo Espiritismo e como dialogadores, temos de disciplinar nossas emoções e sentimentos.

Encaminhemos a conversa para o ponto real.

O espírito procura negacear (enganar; seduzir), não entra no seu campo pessoal, pois pode revelar o fulcro (a chave; o eixo), o centro de seu problema. Sem forçar, procuremos levar a conversação para esse campo.

Se propõe acordo, pacto ou barganha.

Simplesmente não os aceitemos, sem nos indignarmos, acusar ou agredir. Podemos sugerir que fale com nossos Superiores, os Dirigentes Espirituais do trabalho, para que eles decidam. Geralmente nos dizem: Eles são como vocês... Quer dizer que não concordam.

Não tentemos "enrolar" o espírito com propostas ou promessas; ele pode tentar nos enganar, pois está perturbado, desequilibrado, mas nós, não, temos de demonstrar métodos melhores de relacionamento e conduta,

Se procura ficar falando o tempo todo.

Age assim porque quer fugir de ouvir, pois, se nos ouvisse, poderia ser por nós influenciado para o bem, enquanto fala, quer nos influenciar e para o mal, procurando abalar nossa confiança e desanimar-nos.

Insistamos, façamo-nos ouvir com firmeza, lógica e amor, e provavelmente preponderaremos sobre ele.

Se tenta envolver outros do grupo.

Não deixe que atraia o grupo todo para a conversa (usará perguntas, gracejos, fazer rir, gestos etc.) nem que envolva magneticamente as pessoas (procurará tocá-las). Alerte sobre isso aos participantes.

 

Ø    Como vemos, à luz do conhecimento espírita, o diálogo que esclarece, consola, adverte, orienta e anima é recurso precioso na tarefa da desobsessão.

E pensar que alguns confrades desavisados andam sugerindo métodos desobsessivos em que o diálogo aconselhador não é utilizado!...

A Doutrina Espírita já colocou em nossas mãos conhecimentos tão esclarecedores e nos apontou esse caminho excelente! Como deixar de empregar o fraterno diálogo de luz, na tarefa da desobsessão?”

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