terça-feira, 12 de agosto de 2025

 

“Bem-Aventurados os Pobres Pelo Espírito!”  (Mateus 5, 3) 

  “Poucas palavras do Evangelho sofreram, através dos séculos, tão grande adulteração como essas [...] de que o Nazareno tenha proclamado bem-aventurados e cidadãos do Reino dos Céus os “pobres de espírito”, isto é, os apoucados de inteligência, [...] os mentalmente medíocres. [...]

Nem no texto grego do primeiro século, nem na tradução latina da Vulgata se encontra o tópico “pobres de espírito”, mas sim “pobres pelo espírito”, ou seja, “pobres segundo o espírito.” [...]

 Jesus proclama bem-aventurados, cidadãos do reino dos céus, agora e aqui mesmo, todos aqueles que são pobres, ou desapegados, dos bens terrenos, não pela força compulsória das circunstâncias externas e fortuitas, mas sim pela livre e espontânea escolha espiritual; os que, podendo possuir bens materiais, resolveram livremente despossuir-se deles, por amor aos bens espirituais, fiéis ao espírito do Cristo: “Não acumuleis para vós bens na terra — mas acumulai bens nos céus.”

Essa libertação da escravidão material pela força espiritual supõe uma grande experiência e iluminação interna. Ninguém abandona algo que ele considera valioso sem que encontre algo mais valioso. [...] É da íntima psicologia humana que cada um retenha aquilo que ele julga mais valioso.

O verdadeiro abandono, porém, não consiste em uma fuga ou deserção externa, mas sim em uma libertação interna. Pode o milionário possuir externamente os seus milhões, e estar internamente liberto deles, e pode, também, o mendigo não possuir bens materiais e, no entanto, viver escravizado pelo desejo de os possuir, e, neste caso, é ele escravo daquilo que não possui, assim como o milionário pode ser livre daquilo que possui. Este possui sem ser possuído aquele é possuído pelo que não possui. O que decide não é possuir ou não possuir externamente — o principal é saber possuir ou não possuir. Ser rico ou ser pobre são coisas que nos acontecem, de fora — mas a arte de saber ser rico ou de ser pobre, é algo que nós produzimos, de dentro. O que nos faz bons ou maus não é aquilo que nos acontece, mas sim o que nós mesmos fazemos e somos.

 A verdadeira liberdade, ou seu contrário, consiste numa atitude do sujeito, [...]

“O que de fora entra no homem não torna o homem impuro — mas o que de dentro sai do homem e nasce em seu coração, isto sim torna o homem impuro” — ou também, puro, conforme a índole desse elemento interno. Ser rico não é pecado — ser pobre não é virtude. Virtude ou pecado é saber ou não saber ser rico ou pobre.                                                                           

[...] Aquele jovem rico do Evangelho, ao que parece, era incapaz de possuir sem ser possuído; por isso, o divino Mestre lhe recomendou que se despossuísse de tudo a fim de não ser possuído de nada — mas ele falhou. E por isso se retirou, triste e pesaroso, “porque era possuidor de muitos bens”. Possuidor? Não, “era possuído de muitos bens”.

Entre possuidor e possuído há, verbalmente, apenas a diferença de uma letra, o ― “r” — mas esse “r” fez uma diferença enorme, porque é o “r” da redenção. O possuído é escravo o possuidor não possuído é remido da escravidão. Quem [...] sabe possuir sem ser possuído pode possuir.  [...]

 Bem-aventurados os pobres pelo espírito, os que, pela força do espírito, se emanciparam da escravidão da matéria. Deles é o reino dos céus, agora, aqui, e para sempre e por toda a parte, porque, sendo que o reino dos céus está dentro do homem, esse homem leva consigo o reino da sua felicidade aonde quer que vá...

O nosso pequeno ego humano é muito fraco, e necessita de ser escorado por muitos bens materiais para se sentir um pouco mais forte e seguro, mas o nosso Eu divino é tão forte que pode dispensar essas escoras e muletas externas e sentir-se perfeitamente seguro pela força interna do espírito.

Todo o problema está em saber ultrapassar a fraqueza e insegurança do ego e entrar na força e segurança do Eu...

Bem-aventurado esse pobre do ego — e esse rico do Eu!...                                                   Dele é o reino dos céus!...”


O Sermão da Montanha Huberto Rohden.

 Ectoplasma.

“O ectoplasma, descoberto e denominado por Richet, Prêmio Nobel de Fisiologia, não acumula matéria em grande quantidade para formar um corpo físico real, mas apenas reveste o perispírito ou corpo espiritual do espírito, dando-lhe a aparência de um corpo real. O físico opinara, por engano, embora de boa fé, sobre um fenômeno que não pertence ao campo de sua especialidade e que já fora confirmado por um grande especialista. Toda a produção de fenômenos físicos no campo da mediunidade é feita por elaboração e aplicação de energias vitais e orgânicas do médium, com a colaboração involuntária dos próprios participantes da reunião em que se verifica a experiência.” (“Mediunidade” de J. Herculano Pires) Richet efetivou experiências em 1912 a 1914

 

O nome deriva de “ektos” = por fora e “plassein” = forma, logo forma exterior.

 

Ernesto Bozzano escreve sobre ideoplastia de forma histórica e comentada muito interessante no seu livro “Pensamento e Vontade “.

 

O ectoplasma é muito associado aos fenômenos de materialização, mas sua utilização em serviços de recomposição dos corpos perispirituais por espíritos elevados e especializados é muito mais comum do que se pensa.

 

Baseados em André Luiz, em "Missionários da Luz", trata um capítulo inteiro, capítulo 1O, 22ª edição, sobre a materialização e deste manancial de informações anotamos, com palavras nossas, as seguintes diretrizes.

 

1-   o ectoplasma ou força nervosa, como ele o chama, é extraído do médium e não pode ser contaminado com elementos microbianos ( pág. 112)

2-   é indispensável a assepsia do ambiente pelos espíritos superiores, com todo cuidado para eliminar estes elementos indesejáveis. ( pág.111/112 )

3-   é necessário um regime alimentar leve, de rápida digestão, facilita a atividade preparatória do(s) médium(ns) para o trabalho, pelos mentores Espirituais, e a não observância deste preceito pode até mesmo ocasionar sua interdição o que enfraquece o grupo e a atividade. ( pág. 113 )

4-   é absolutamente vedada a ingestão de álcool, pois este é extremamente danoso ao ectoplasma. (pág. 115)

5-   as mentalizações devem seguir disciplinadamente a orientação do dirigente, que é inspirado pelo mentor, de modo a manter o alinhamento das energias colimando para o objetivo preciso. ( pág. 117-12O)

 

Quanto a aparência, registramos ainda na mesma fonte: “(...)sob a ação do nobre orientador da tarefa, se exteriorizava a força nervosa, à maneira dum fluxo abundante de neblina espessa e leitosa. ( ... ) eflúvios leitosos, que se exteriorizavam particularmente através da boca, narinas e no fenômeno de materialização, e que para sua utilização, o ectoplasma (fluido nervoso do médium) é misturado a diversos materiais fluídicos de outros encarnados presentes e de fluidos colhidos na natureza (das águas e das plantas).

 

A manipulação para moldagem do ectoplasma se dá pela força mental do espírito, permitindo a recomposição de órgãos, materialização de objetos e de entidades passíveis de serem fotografadas, proporcionando mesmo a voz direta como descrito no livro acima mencionado na pág.119, 12O quando os participantes da reunião não conseguiam harmonia mental:

 

José Herculano Pires informa no Livro Mediunidade pág 2OO/2O1, detalha:

 

“Só haverá ectoplasmia de um ser humano quando o campo inteligente do agente Psi - Theta, ou campo espiritual, comandar o processo. O inconsciente ou psiquismo de profundidade do médium ou sensível dirige o seu próprio metabolismo e quimismo, mas, nunca a moldagem externa do objeto. A substância ectoplásmica, ao definir a morfologia humana, terá que sofrer a influência orientadora dos vórtices inteligentes do agente modelador que, de acordo com a necessidade e possibilidade, traduzirá o processo de modo parcial ou total, a fim de atingir a sua finalidade.”

 

Resumindo, os mentores precisam agir para dar forma ao ectoplasma, como é o caso descrito abaixo.

 

Continuando com André Luiz

 

“Logo após, Alexandre tomou pequena quantidade daqueles eflúvios leitosos, que se exteriorizavam particularmente através da boca, narinas e ouvidos do aparelho mediúnico, e, como se guardasse nas mãos reduzida quantidade de gesso fluido, começou a manipulá-lo, dando-me a impressão de estar completamente alheio ao ambiente, pensando, com absoluto domínio de si mesmo, sobre a criação do momento.

 

Aos poucos, vi formar-se, sob meus olhos atônitos, um delicado aparelho de fonação. No Intimo do esqueleto cartilaginoso, esculturado com perfeição na matéria ectoplásmica, organizavam-se os fios tenuissimos das cordas vocais, elásticas e completas na fenda glótica e, em seguida, Alexandre experimentava emitir alguns sons, movimentando as cartilagens aritenóides.

 

Formara-se, ao influxo mental e sob a ação técnica de meu orientador, uma garganta irrepreensível.

 

Com assombro, verifiquei que através do pequeno aparelha improvisado e com a cooperação dos sons de vozes humanas, guardados na sala, nossa voz era integralmente percebida por todos os encarnados presentes. Parecendo-me satisfeito com o êxito de seu trabalho, Alexandre falou pela garganta artificial, como quem utilizava um instrumento vocal humano:

— Meus amigos, a paz de Jesus seja convosco! Ajudem-nos, cantando! Façam música e evitem a concentração!...

 

Fez-se música no ambiente e vi que o Irmão Alencar, depois de ligar-se profundamente à organização mediúnica, tomava forma, ali mesmo, ao lado da médium, sustentada por Calimério e assistida por numerosos trabalhadores.

 

Aos poucos, valendo-se da força nervosa exteriorizada e de vários materiais fluídicos, extraídos no interior da casa, aliados a recursos da Natureza, Alencar surgiu aos olhos dos encarnados, perfeitamente materializado.

 

Surpreendido, reconheci que a médium era o centro de todos os trabalhos. Cordões tenuíssimos ligavam-na à forma do controlador e, quando tocávamos levemente na organização mediúnica, o amigo corporificado demonstrava evidentes sinais de preocupação, o mesmo acontecendo à jovem médium em relação a Alencar. Os gestos incontidos de entusiasmo dos assistentes, que tentavam cumprimentar diretamente o mensageiro materializado, repercutiam desagradavelmente no organismo da intermediária.

 

O Irmão Alencar entreteve pequena palestra, diante dos companheiros terrestres extasiados. Não eram, todavia, as palavras trocadas entre ele e os assistentes que me impressionavam o coração, e, sim, a beleza do fato, a realidade da materialização, dando ensejo a dilatadas esperanças no futuro humano, quanto à fé religiosa, à filosofia confortadora da imortalidade e à ciência enobrecida, a serviço da razão iluminada.”

 

Percebe-se aqui que o ectoplasma exteriorizado com objetivo de materialização, permanece em ligação nervosa com o médium doador, e precisa retornar ao mesmo após a atividade para reconstituição física de mesmo.

 

Experiências no passado mostraram a perda de massa do médium durante a exteriorização do ectoplasma, e sua recuperação ao interiorizar novamente a substância.

 

Em operações de recuperação perispirítica o ectoplasma é cedido por todos os médiuns segundo suas possibilidades, e é complementado pela espiritualidade, adicionando as energias provenientes do reino animal e vegetal, e da água, de forma a não ficar deficiência em ninguém.

 

As diretrizes de segurança extrapolam as reuniões específicas de materialização, pois não sabemos os planos da espiritualidade para as atividades a serem executadas na reunião, e não é raro o uso do ectoplasma para a recomposição do perispírito de irmãos sofredores até mesmo na atividade do passe.”

 

 "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos". (Mateus 5, 6).

“Esta Bem-Aventurança, quando analisada superficialmente, expressa, à primeira vista, um sentido de apreensão, em que a alma anseia que seus direitos, usurpados por terceiros, sejam-lhe restituídos. Ter fome e sede de justiça, do ponto de vista terreno, é aguardar a resposta da justiça humana, em face de determinada ação injusta de seu adversário. Saliente-se, todavia, que a justiça terrena será também sempre relativa ao estágio de maturidade da Humanidade. As leis são elaborações humanas, tendo como base, convenções e padrões estabelecidos pela sociedade, em constante transformação, com o objetivo de proporcionar segurança e bem-estar aos seus cidadãos. Assim, aquele que se sente ofendido grita por justiça, deseja punição, quer ver a condenação do ofensor.

Outras vezes, quando a justiça humana falha, a criatura transfere esta fome e sede de justiça para Deus, confiante de que Ele fará o julgamento, agora, nesta existência, ou depois da morte. No fundo, quem espera a aplicação da justiça de Deus está querendo que o outro seja punido. As pessoas querem um modelo de justiça divina que seja semelhante a sua forma de exercê-la; imaginam que há uma ira celestial semelhante à dos homens, e, aqueles que conseguem safar-se das malhas desta, serão julgados por aquela, da qual não escapará jamais. E confortam-se com essa ideia de justiça. É comum ouvir, diante de ações consideradas injustas: "Do castigo de Deus ele não escapa!"; "vai receber a punição que merece!"...; "Deus tarda, mas não falha!"... Quando se percebe que algo ruim está acontecendo ao infrator, que escapou das penas da lei humana, interpreta-se que Deus já está encaminhando o sofrimento merecido; diante de tragédias ambientais inexplicáveis (tsunamis, enchentes, furacões, etc;) com a morte em massa de seres humanos, vem a célebre pergunta: "Onde estava Deus naquela hora, para permitir tamanho sofrimento?"

Sob esta ótica - a da justiça terrena - aquele que tem fome e sede de justiça aguarda, primeiro, que o julgamento seja feito pela justiça humana; na omissão ou falha desta, no geral, acredita-se que Deus se encarregará da punição ao infrator, ainda aqui nesta existência na Terra, ou então, após a morte. O local e a forma de punição são estabelecidos pelos homens, como se fossem Leis divinas. No dizer de José Aparecido Sanches - o nosso Zezinho - de nosso Grupo de Estudos: "Tem-se a ousadia de legislar para Deus". E neste sentido, têm sido criadas as mais fantasiosas situações sobre Deus e as pretensas punições. (...) E tudo fica como se Deus é que fosse o autor. Essa é a ideia, mais ou menos cristalizada na mente da maioria das pessoas, pela formatação imposta milenarmente pelas crenças religiosas.

Láo-Tsé ensina: "Cumpre teu dever e esquece teus direitos. Quem se guia pela voz da consciência só atende à voz do dever e não insiste em seus direitos. Os poderes eternos não têm favoritos, mas favorece sempre aos bons. Em síntese:  o direito é sinônimo de egoísmo - o dever é sinônimo de amor. O sumo direito é a suma injustiça. A sociedade humana é regida pelo direito - mas a consciência obedece à Justiça". (Láo-Tsé. Tao Te Ching, Tradução comentada de Huberto Rohden, cap.79)

Na verdade, o julgamento acontecerá sempre, mesmo quando a punição é exarada (lavrada; determinada) pela justiça, ou, então, diante da pretensão (ideia) de que Deus o fará. O julgamento se dá pela própria criatura, no momento em que o ato praticado for despertado pela consciência. Nela está escrita a Lei de Deus. (O Livro dos Espíritos, Item 621) Neste entendimento, devemos ser inteiros na condição de fragmento. Isto quer dizer, fazemos o máximo que podemos no limite de nossas forças, no estágio evolutivo que nos encontramos; enfim ser inteiro dentro das possibilidades, sem omissão naquilo que podemos fazer. Quando se comete um delito, a criatura é acordada da ilicitude, no momento em que o martelar da consciência, assim o acusar.

Enquanto isto não acontecer, pode até ser punido pela justiça humana, e continuar ainda sem o julgamento da consciência, se esta, nada denunciar. Somos os nossos próprios julgadores. Assim é que se pode passar a existência inteira, sem que a consciência emita qualquer julgamento. Não somos julgados de nada. Quando, porém, a criatura é acordada pelo ilícito praticado, instaura-se um processo contra ela, nos refolhos da alma. O arrependimento é o início da mudança. Desencadeiam-se na alma a fome e sede de justiça, o que só será normalizado mediante a correção do ato. Daí dizer-se que eles serão saciados ou fartos, tudo, porém, de acordo com o grau evolutivo alcançado.” (Ver nosso livro, Código penal dos Espíritos - a Justiça do Tribunal da Consciência, pela editora EME.) (...)


Livro: "O Segredo das Bem Aventuranças.

Cap. 1.4 – “Os que têm fome e sede de Justiça.”

Autor: José Lázaro Boberg.

Láo

 Espírito, Perispírito e Alma.

(...) O homem era considerado um ser ternário (estrutura que consta de 3 unidades), composto de corpo, alma e espírito, como podemos observar, por exemplo, no versículo bíblico I Tessalonicenses 5, 23: “Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”

Em nossa hipótese de trabalho, descreveremos o Espírito propriamente dito como sendo uma individualidade (...) formando uma estrutura tetradimensional, possuindo uma "cúpula" (a sede do Eu Superior - a Consciência) e um "domínio informacional histórico" ou Modelo Organizador Biológico (MOB) capaz de atuar sobre a matéria orgânica e provocar-lhe o desenvolvimento biológico. (...)

A cúpula deve possuir a síntese psicológica das experiências reencarnatórias. Seria o resumo das aquisições de ordem intelectual, moral e espiritual da individualidade ao longo das encarnações.

Atribuímos ao Espírito, individualidade, uma morfologia tetradimensional (quatro dimensões), lembrando aproximadamente a forma geométrica cônica. Em um modelo tetradimensional, no qual reduzimos de uma dimensão todos os seus componentes, o aspecto do Espírito seria  representado conforme a figura:


- E interessante enfatizar que, desde já, precisamos fazer distinção entre personalidade e individualidade. O corpo espiritual ou perispírito e a alma estão implicados na composição da personalidade ao passo que para a individualidade ou Espírito, temos o corpo mental como correspondente. No dizer de André Luiz (“Evolução em 2 Mundos”, Cap. 2, Parte 1), o corpo mental é o envoltório sutil da mente e também aquilo que preside a formação do corpo espiritual: "Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental, que lhe preside a formação."

Livro: "Espírito, Perispírito e Alma" - Cap. 3.

Autor: Hernani Guimarães Andrade.

 


A Psicosfera Terrestre e as Esferas Espirituais

"Envolvendo o planeta Terra e projetando-se para distâncias imensas existem camadas de correntes mentais, produto do que pensam, como vivem e agem os homens, encarnados e desencarnados: essa é a psicosfera terrestre ou atmosfera espíritual da Terra!

Num planeta onde o mal supera o bem, como o nosso, tais camadas, formadas pelos turbilhões de pensamentos bons ou maus que se entrecruzam — ora com sintonia, ora com repulsão —, obviamente, estão eivadas de vibrações majoritariamente deletérias, as quais tendem a influenciar, senão toda, grande parte da humanidade.

Ocorre que extrapolando a silhueta física todos os seres vivos possuem uma aura (atmosfera espiritual) radiante. Nos humanos, em particular, a intensidade vibratória e características cromáticas são consentâneas com sua evolução moral e seu comportamento.

Na aura humana, de ação protetora qual “túnica eletromagnética”, (…) “halo energético” (…) “couraça vibratória, espécie de carapaça fluídica” (…) “à maneira de campo ovoide”, nas expressões seguras do Espírito André Luiz (“Evolução em Dois Mundos”, A.Luiz/F.C.Xavier-W.Vieira, 1ª Parte, cap. XVII, “Aura Humana”), que se localizam as aberturas dos centros vitais de força (chacras), que ora captam, ora exaurem energias, incessantemente.

Nada objeta considerar que citada aura é a psicosfera de cada ser humano, “através da qual” (ainda segundo André Luiz) “somos vistos e examinados pelas Inteligências Superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins”.

Dessa forma, resta verdadeiro que a influência externa, se negativa, só acontecerá se houver desguarnecimento psíquico, isto é, invigilância moral, de que nossa aura dará identificação infalsificável.

A Lei Divina contempla solidamente que “a cada um segundo suas obras” (Mateus 16, 27).

A soma de todas as auras, com suas projeções radiantes entrecruzando-se, fruto dos incessantes pensamentos das criaturas humanas (encarnadas e desencarnadas) formará a psicosfera do mundo em que vivem, mergulhadas e sustentando-se mentalmente nesse mar de vibrações e ondas — correntes eletromagnéticas, enfim. No nosso caso, a Terra.

Cada pensamento ou ação tem reflexos na psicosfera terrestre, muito embora imperceptíveis, individualmente, mas expressivos, no conjunto. (...)

A psicosfera terrestre é o endereço sideral para onde vão todos os homens quando desencarnam, o que significa dizer que, passamos muito tempo lá… (L.E: 224 e 224 a - b)

Exaustivamente os Espíritos em superior adiantamento moral informam que, embora sem fronteiras demarcadas, nas regiões espirituais que compõem a psicosfera terrestre, em cada uma delas só habitam Espíritos cujo grau evolutivo para tanto ali os credencia. E isso é válido em todos os níveis de plataforma moral.

Daí que no espaço sideral há mesmo muitas camadas espirituais, ou como lecionou o Mestre Jesus: “há muitas moradas na casa do meu Pai”. (João 14, 1 – 3 // ESE: Cap. 3)

Não me objeta refletir que o Cristo assim se expressava, referindo-se já a partir desta nossa abençoada casa planetária.

(...) Percebe-se que assim como o planeta acha-se envolvido por camadas atmosféricas, que a Ciência bem já definiu, igualmente circundam-no, na sua parte astral, regiões espirituais.

Essas regiões têm vida intensa e em cada uma habitam Espíritos — talvez milhões deles — alocados pelas Leis Divinas, invariavelmente na razão direta do merecimento individual, isto é, os habitantes de cada região guardam em si mesmos sintonia e nível evolutivo similar.

Assim, como a Grande Lei contempla o livre-arbítrio, existem moradas felizes e infelizes, todas construídas e mantidas por seus moradores. (A Gênese - Cap. 14, item 14, 2º§)

Outro detalhe que captei: muitas são as denominações para essas paragens astrais, mas todas convergindo para as mesmas características: camadas espirituais, regiões astrais, esferas espirituais, degraus espirituais, moradas de luz, etc., são algumas das denominações observadas. (...)"

Autor: Eurípedes Kuhl - 27/07/2023.

Envolven

 

 Suicídio Moral 

“Vários são os mecanismos que desencadeiam o autocídio.

Multiplicam-se desde aqueles de natureza moral aos terríveis sofrimentos que defluem de enfermidades degenerativas e dolorosas, passando pelos dramas existenciais e torpezas do comportamento, aflições econômicas e sociais... Entre outros, os transtornos psicológicos em forma de depressão respondem por altas cifras de desencarnações pelo suicídio.

Há, no entanto, uma forma insidiosa e traiçoeira de autodestruição do corpo somático, que não passa de instrumento indireto para atingir o mesmo fim.

Esse cruel adversário da vida é o cultivo de ideias mórbidas e perturbadoras, que se instalam como pessimismo ou culpa, desestruturando o ser nos seus objetivos elevados.

Inicialmente surgem como pensamentos infelizes, que prosseguem fixando-se e alienando o indivíduo que foge ao convívio saudável com outras pessoas, transformando-se em conflitos destrutivos que terminam de maneira penosa, injustificável.

A vida física é oportunidade sublime para o crescimento íntimo e a autoiluminação, que não pode ser exposta a esses fatores de desagregação e perda.

Da mesma forma, o hábito doentio de entregar-se aos vícios, sejam quais forem, desde aqueles que criam dependência química ou os que se fazem compromissos morais devastadores, culminando no esfacelamento das forças com o consequente fenômeno da desencarnação.

O corpo é instrumento da Vida com finalidades específicas, que deve ser preservado a qualquer preço. A partir dos hábitos saudáveis de higiene até aos do trabalho dignificante em favor da sua manutenção, a fim de mantê-lo em equilíbrio conforme os costumes da sociedade, apresenta-se a necessidade de oferecer-lhe auxílio para os equipamentos que o compõem, por meio dos contributos morais que melhormente o preservam.

Sem as disciplinas hábeis que conservam as funções de que se constitui, facilmente degenera e sucumbe.

Sob o condicionamento e sujeição de drogas desgastantes ou vapores mentais tóxicos, a sua maquinaria desajusta-se e interrompe a marcha.

Certamente, aquele que assim procede, por negligência ou indiferença, está colaborando para a própria desencarnação, sub-repticiamente desejando-a.

É menos responsável aquele que, mediante gesto intempestivo e alucinado, atira-se no abismo do suicídio covarde, do que o indivíduo que dispõe de tempo para a reflexão e a mudança de comportamento, não obstante prosseguindo no programa de desrespeito à vida conforme se entrega.

Nada justifica o ato insano do autocídio.

A noite tempestuosa de hoje sempre cede lugar ao dia claro e risonho de amanhã.

Dor é instrumento de reflexão e análise de como se está vivendo, enquanto que os acidentes e incidentes sociais e morais são chamadas de atenção para o autoaprimoramento.

Tem paciência, pois, em qualquer situação em que te encontres, e aguarda a Divina Providência.

Coisa alguma acontece fora das Leis Cósmicas e das necessidades de evolução.

Não poucas vezes, quando algo negativo ou perturbador, em forma de desar (desgraça) ou enfermidade chegar-te, afligindo-te, é a Vida chamando-te a atenção para aquilo que necessita ser corrigido e deves averiguá-lo a fim de atender.

Preserva o teu corpo, preparando-o para servir-te de domicílio pelo período mais largo, a fim de que, ao desencarnares, não te dês conta que te encontras entre aqueles que chegaram à Pátria espiritual antes da hora, pelo nefando instrumento do suicídio indireto.”

Livro: "Diretrizes para o Êxito"  Cap. 14.

Psicografia: Divaldo P. Franco.

Espírito: Joanna de Ângelis.

 

 Instinto: Lei de Conservação

“(...) Os Espíritos Superiores ensinam que o instinto de conservação é uma das Leis da Natureza. Ele obriga a criatura a prover às necessidades do corpo, pois, sem força e sem saúde, não consegue realizar o trabalho que lhe compete no concerto evolutivo. Todavia, essa é uma faculdade inerente não apenas ao homem, mas a todos os seres vivos, seja qual for o grau de sua inteligência. Em uns é exclusivamente automático ou inconsciente, enquanto em outros é racional. Sem o instinto, não haveria o aperfeiçoamento das espécies, que têm que concorrer para o cumprimento dos desígnios divinos.

O instinto é a mola propulsora que impele os seres orgânicos à prática de atos espontâneos e involuntários, com vistas à sua conservação. A par do instinto, há a inteligência, que se revela por atos voluntários, premeditados, combinados, de acordo com as circunstâncias. O instinto é um guia seguro, que jamais se engana, enquanto a inteligência, pelo fato de ser livre, está sujeita a erros. À medida que a criatura progride, lentamente o instinto vai dando lugar à inteligência, porém, mesmo na pessoa de intelecto mais avançado, o instinto ainda se manifesta em caráter suplementar.

O princípio inteligente, que “dormita no vegetal, agita-se no animal e desperta no homem” (O Problema do Ser e do Destino, 1ª Parte, Cap. 9 – Léon Denis), desde sua origem e em suas primeiras manifestações no plano físico, automatiza, por meio de experiências incontáveis, repetitivas e sucessivas, vivenciadas em organismos progressivamente mais complexos, reações aos impulsos do meio físico, que se vão gravando no perispírito, com o fim de proporcionar a adaptação desses seres ao meio ambiente:

“[...] [os instintos] constituem [...] os fundamentos da vida intelectual; são os mais prístinos (primitivos) e mais duradouros movimentos perispirituais que as incontáveis encarnações fixaram, incoercivelmente (não pode ser impedido), em nosso invólucro fluídico, e, se o verdadeiro progresso consiste no domínio desses instintos brutais, infere-se (percebe-se) que a luta seja longa, quão terrível, antes de conquistar esse poderio.”             

(Gabriel Delanne, “A Evolução Anímica”, Cap. 3 – “Instinto” – Página 118).

O instinto predomina no animal, que elabora apenas ideias-fragmentos (Evolução em Dois Mundos, Chico Xavier, 1ª Parte, Cap. 10 – Pensamento Contínuo). Nele, a inteligência e a liberdade estão condicionadas pelas necessidades materiais. Por isso, não tem vida moral, ao contrário do que acontece com o homem, que, além da razão e do livre-arbítrio, possui ampla vontade, motivos pelos quais é responsável por seus atos, tanto que se encontra sujeito à Lei de Causa e Efeito.

Se, por um lado, é imposta à criatura humana a necessidade de viver, por outro, Deus concede-lhe os recursos indispensáveis para suprir essa necessidade e suavizar-lhe as lutas. Toda a matéria-prima necessária à alimentação e ao desenvolvimento da indústria e do comércio encontra-se disponível na natureza. À medida que aprimora a Ciência, o homem vai descobrindo e ampliando meios de satisfazer seus anseios.”

Livro: “As Leis Morais na Atualidade” – Cap. 9 – FEB.

Autor: Christiano Torchi.



sábado, 2 de agosto de 2025

 

                        Pensamento e Forma

“O sentimento inspira.

O pensamento plasma.

A palavra orienta.

O ato realiza.

Figuremos a ideia como sendo a fonte nascida no manancial do coração, traçando a si mesma o curso que lhe é próprio.

O pensamento vibra, desse modo, no alicerce de todas as formas e de todas as

experiências da vida.

Pensando, o arquiteto imagina o edifício a elevar-se do solo; o técnico cria a

máquina que diminui o esforço braçal do homem; o escultor arranca ao mármore os primores da estatutária e o artista compõe sublimadas formações da beleza, endereçando apelos à ciência e à virtude.

E é também pensando que o sovina levanta para si mesmo o inferno da posse insaciável, tanto quanto o preguiçoso coagula para si próprio os venenos da inércia.

Em razão disso, depois da morte, mais intensivamente, vive a alma nas criações a que se afeiçoa.

Isso não quer dizer que haja retrocesso na marcha evolutiva do espírito, mas estagnação do ser nas formas infelizes em que se compraz, pelo seu próprio pensamento desgovernado e delituoso.

Com isso, desejamos igualmente dizer que todos influenciamos e somos influenciados.

Agimos e reagimos.

E se os missionários do bem recebem dos planos superiores a força que lhes enriquece as ações para as vitórias da luz, os empreiteiros do mal recolhem dos planos inferiores as sugestões que lhes infelicitam a senda, inclinando-os aos resvaladouros da treva.

Reflitamos no magnetismo desvairado das inteligências que se transviam nas sombras e compreenderemos a loucura temporária que ele pode trazer às almas que o provocam.

- “Viverá o homem onde situe o coração” – diz-nos o Evangelho e podemos acrescentar, sem trair o ensinamento do Senhor, que onde colocarmos o pensamento – força viva de nosso coração – aí se manifestará, como é justo, a forma de nossa vida.”

Livro: “Assim Vencerás.”

Psicografia: Francisco Cândido Xavier.

Espírito: Emmanuel.

 

 

                                     Saúde e Consciência.

“A fim de que a pessoa adquira ou preserve a saúde, é imprescindível a conscientização de si mesma, da sua maneira de ser.

Normalmente, por hábito vicioso, prefere e aceita os estados negativos e alterados de comportamento com os quais a consciência anseia, abrindo espaço para as doenças. Permite-se, desse modo, a raiva, o ciúme, a queixa, a ansiedade, e tomba em depressões injustificáveis que são as portas de acesso a enfermidades variadas.

Justificando sempre os pensamentos perturbadores e as ações perniciosas, recusa-se à renovação da paisagem mental com a consequente mudança de atitudes, mais se predispondo ao desequilíbrio.

Os sinais de alarme em torno da situação surgem quando se deseja:

Pedir desculpas por uma reação infeliz e não logra fazê-lo;

Recomeçar uma tarefa que a ira interrompeu e sente dificuldade;

Abraçar alguém inamistoso e vê-se impedido;

Discutir um assunto desagradável e é tomado por um silêncio constrangedor;

Iniciar uma conversação e sente-se incapaz ou desinteressado;

Permanecer acordado sem libertar-se de uma ideia intranquilizadora;

Continuar ansioso, mesmo quando não há razão que o justifique;

Não conseguir dirigir palavras gentis a uma pessoa querida;

Sentir-se trêmulo ou deprimido diante de alguém que lhe parece superior;

Considerar-se diminuído no meio social no qual se movimenta...

Esses sintomas e outros mais caracterizam estados predisponentes às doenças.

A aceitação dessas circunstâncias significa preferência de infelicidade à harmonia.

Cultivando esses estados, bloqueia-se a consciência que se entorpece, volvendo a um estágio inferior, no caso, à sensação que ainda lhe predomina no processo evolutivo.

Sendo a pessoa livre para preferir ser saudável ou enferma, cabe à consciência agir com liberdade profunda, isto é, a opção de ser feliz.

Começa por te desfazeres dos padrões mentais antigos, negativos, que te condicionaram à aceitação dos comportamentos doentios.

O treinamento de novas maneiras de pensar, baseadas na ordem, no bem geral, na superação das próprias possibilidades, criará automatismos e reflexos que trabalharão pela tua harmonia e saúde.

É necessário assumires o controle de ti mesmo, o que equivale dizer, a conscientização, esse estágio superior no qual a emoção conduz a sensação.

Infinitas mensagens são dirigidas da mente ao corpo, produzindo hábitos que se arraigarão, substituindo aqueles que se responsabilizam pela desarmonia e doença.

O teu cérebro, com os seus extraordinários arquivos, está sempre armazenando dados com a capacidade de fixar dez novos fatos por segundo.

Pode parecer difícil saíres de uma situação desgastante para uma outra agradável. E é, realmente. No entanto, toda aprendizagem exige a repetição da experiência até a sua fixação em definitivo. Do mesmo modo, a aquisição de valores e padrões de felicidade vai além do simples querer, deambulando pelos caminhos do conseguir.

A tecnologia deu o seu mais expressivo salto nos tempos modernos, quando dois jovens cientistas americanos inventaram o transistor, em 1948, miniaturizando peças e equipamentos que aceleraram o progresso da civilização.

Não medir esforços para a aquisição da saúde, mediante a consciência do dever para consigo mesmo, é o desafio a enfrentar e vencer, através das pequenas peças do sacrifício, da perseverança e do trabalho.

Na questão de número 912, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec interrogou:

- Qual o meio mais eficiente de combater-se o predomínio da natureza corpórea?

E os Mentores responderam:

R: Praticar a abnegação.

Com este esforço desfrutar-se-á de consciência, saúde e paz.”

Livro: Momentos de Saúde e de Consciência - 2ª Parte, Cap. 5.

Médium: Divaldo Franco.

Espírito: Joanna de Ângelis.

 

  Consciência e Alienações Mentais.

“A consciência encontra-se no homem em todos os estágios do seu processo evolutivo.

Nas faixas primárias, manifesta-se como lampejos de discernimento, que o propelem para a conquista de degraus e patamares mais elevados.

Não obstante a predominância dos instintos agressivos, vez que outra ela surge e clareia a noite tormentosa dos impulsos imediatistas, ampliando os horizontes de percepção do ser.

Mais tarde, à medida que a razão se desenvolve, a capacidade de consciência se dilata, podendo ser vítima dos mecanismos escapistas da astúcia e do intelecto, que a adormecem, lesam-na ou intoxicam-na com os vapores perniciosos da frieza emocional.

Assim mesmo, ela rompe as dificuldades e lucila, abrindo espaços para o discernimento e os conflitos que decorrem da sua percepção ante os atos incorretos.

Somente quando o indivíduo vence as etapas primárias, e as experiências se fazem mais significativas, mediante a compreensão do sentido elevado da vida, é que ela se manifesta com plenitude e passa a comandar o direcionamento da existência, revelando-se vitoriosa.

A consciência é o árbitro interno, que se encarrega de estabelecer as diretrizes de segurança para a vida.

Variando a sua lucidez conforme o estágio de desenvolvimento alcançado, somente quando se torna equânime, pode conduzir o ser com sabedoria.

Enquanto é severa, exigindo rudes reparações em relação ao erro praticado, detém-se no primarismo do desforço.

Se, por outro lado, apresenta-se benigna em relação aos enganos, falta-lhe a maturidade que a capacita para a superior finalidade.

A consciência estua, quando, refletindo as Leis de Deus, direciona a criatura para o bem, a ventura, o avanço tranquilo em clima de fé e esperança.

A consciência enobrecida estabelece o programa de reparação com fundamento nas Leis do Amor e o de evolução nos mesmos códigos, sempre apoiada à Justiça e à Verdade.

Na psicogênese profunda das alienações mentais encontra-se a consciência de culpa, geradora dos tormentos que se apresentam como processos de reedificação, recompondo os painéis do dever mediante os dolorosos mecanismos da desordem mental.

O desarranjo dos equipamentos psíquicos proporciona ao espírito sofrimentos insuspeitáveis, como forma rigorosa de apaziguamento da consciência.

Sendo o homem o autor da sua realidade moral, através da conduta que se permite no curso das existências corporais, em cada etapa elabora o método de crescimento interior pelo que realiza.

Quando delinque, insculpe a fogo no seu arcabouço profundo os meios reparadores, particularmente na área mental.

Ignoradas as ações infelizes que a justiça humana não alcança, a consciência, que sabe, desarticula os complexos mecanismos da razão em desequilíbrio, que somente a dor expungitiva recomporá.

No quadro das alienações mentais, seja nas psicopatologias conhecidas e academicamente estudadas ou nas graves obsessões, é a consciência culpada que faculta a instalação do mal que se exterioriza de maneira rigorosa em processo de reajustamento e reequilíbrio.

A consciência equânime se mantém com os recursos dos bons pensamentos e das reflexões, que são os meios valiosos ao alcance do ser para a sua plena edificação.

A consciência lúcida e tranquila é a terapeuta segura para as alienações mentais, razão pela qual todo paciente que requeira a saúde, não se deve escusar ao trabalho hercúleo de pacificar-se, usando a oração, a meditação, o autoconhecimento e as ações enobrecedoras, equipamentos esses propiciatórios para uma consciência de paz, responsável pela conquista do progresso.

Na questão de número 834, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec indaga:

- É responsável o homem pelo seu pensamento?

R: "Perante Deus, é. Somente a Deus sendo possível conhecê-lo, ele o condena ou absolve, segundo a Sua Justiça."

As alienações mentais são, pois, a condenação de Deus aos pensamentos e atos incorretos da consciência primária e equivocada.”

Livro: Momentos de Saúde e de Consciência - 2ª Parte, Cap. 18.

Médium: Divaldo Franco.

Espírito: Joanna de Ângelis.

 

  A Tragédia do Ressentimento.

“As pressões psicossociais, socioemocionais, econômicas e de outras origens desencadeiam distúrbios variados, nos quais mergulha uma larga faixa da sociedade. Provocando medo, ansiedade, amargura, desarmonizam o sistema nervoso dos seres humanos, conduzindo a neuroses profundas que, quase sempre somatizadas, são responsáveis por enfermidades alérgicas, digestivas, do metabolismo em geral, facultando a instalação de processos degenerativos.

Os temperamentos frágeis, sob pressão, procuram realizar mecanismos de fuga, caindo em estados fóbicos e depressivos ou recorrendo à violência como forma de afirmação e defesa da personalidade.

Muitos resíduos psicológicos se lhes instalam no campo emocional e mental, dando lugar a perturbações de comportamento e a doenças diversas, que permanecem sem diagnose adequada.

Pessoas mais sensíveis, que não conseguem suportar e superar esses fenômenos das pressões constritoras, refugiam- se em ressentimentos que as infelicitam e predispõem-nas a reagir sempre, desferindo dardos venenosos contra aqueles que se lhes transformam em inimigos reais ou imaginários.

Algumas intoxicam-se de mágoas e fenecem. Outras, inconscientemente, tornam-se vítimas de insucessos afetivos, financeiros e sociais. Diversas fracassam na autoestima, desvalorizando-se e fazendo o jogo da autodestruição. 

O ressentimento é responsável por muitas das tragédias do cotidiano.

O ressentimento é tóxico que mata aquele que o carrega. Enquanto vibra na emoção, destrambelha os equipamentos nervosos mais sutis e produz disritmia, oscilação de pressão, disfunções cardíacas.

Não vale a pena deixar-se envenenar pelo ressentimento.

Nem sempre ele se manifesta com expressões definidas, camuflando-se nas fixações mentais e, às vezes, passando despercebido.

Há pessoas ressentidas que se não dão conta.                                                                       

Um autoexame enérgico auxiliar-te-á a identificá-lo nos refolhos da alma. Logo depois, prosseguindo na sua busca e análise, descobrirás as suas raízes, quando teve ele início e por que se te instalou no ser, passando a perturbar-te.                                                                     

Verificarás, surpreso, que és responsável por lhe dares guarida e o vitalizares, deixando-te por ele consumir.

Os indivíduos que te foram cruéis - familiares, conhecidos, mestres - na infância e durante a vida, não tinham nem têm dimensão do que fizeram ou estão a fazer. Nem sequer se aperceberam dos seus desmandos e incoerências em relação a ti. A seu turno, sofreram as mesmas agressões, quando crianças, e apenas reagem conforme haviam feito outros em relação a eles.

O teu primeiro passo será compreendê-los, considerando-os sem responsabilidade nem esclarecimento, sem má intenção em relação a ti. Mediante tal recurso os compreenderás e os perdoarás posteriormente, liberando-te.

Arrancada a causa injusta do ressentimento, despertarás de imediato em paisagem sem sombras, redescobrindo a vida e desarmando-te em relação às outras pessoas com quem antipatizavas ou das quais te mantinhas em guarda.                                                   

Ademais, o mal que te façam, somente te perturbará se o permitires, acolhendo-o. Em caso contrário, tornará à sua origem.

Vive, pois, sem mágoas.

Depura-te. Ressentimento, nunca.”

Livro: Momentos de Saúde e de Consciência - 1ª Parte, Cap. 11.

Médium: Divaldo Franco.

Espírito: Joanna de Ângelis.

    Saída do Transe Mediúnico.

    “Aprendemos que o transe mediúnico tem graus variados, indo do superficial ao profundo. Se não há um médium exatamente igual ao outro com relação as suas faculdades, podemos admitir, também, que não haverá transe igual entre eles. Para cada caso uma atenção especial, principalmente quando do seu retorno à consciência plena.

    O desligamento da entidade que está se comunicando não deve se dar bruscamente, devendo o médium retornar ao seu estado psíquico normal gradativamente. Após o término da conversa com o Espírito sofredor, o esclarecedor deverá acompanhar atentamente seu desligamento, observando os sintomas do médium, tais como sensação de ansiedade, dificuldade de respirar e de se acomodar na cadeira, demonstrando ainda está preso às energias de baixo teor que deixadas impregnadas no seu perispírito pelo Espírito sofredor, ou equivocado, como o denomina a bondosa Joanna de Ângelis, ao se referir ao obsessor. Observar o movimento dos olhos, mudança facial, entonação da voz e sua posição corporal, ajuda muito a concluir se o médium saiu do transe ou não. O dialogador somente se afastará dele após responder com firmeza de voz: "Estou bem!". Mesmo assim, houve casos em que, depois de me afastar do médium disse que estava bem, retornei, a seu pedido, e percebi, pelo seu incômodo na cadeira e pela sua respiração ofegante e os globos oculares se movimentando, que ainda estava em semitranse... Nesses casos, quando não se tratar de uma passividade sequencial, que esporadicamente acontece, sugerimos a aplicação de passes dispersivos ao longo do corpo, começando pela cabeça, ordenando-lhe que se liberte da influência que o prejudica. É fundamental nesse momento a segurança e fé nos irmãos responsáveis pela administração dos trabalhos no plano invisível.

     Há casos em que o médium se comove excessivamente com o sofrimento do Espírito atendido e parece desejar continuar ao seu lado, chorando ou sofrendo junto com ele, esquecendo-se da orientação segura de André Luiz: ajuda e passa.” 

 Livro: A Complexidade da Prática Mediúnica - 3ª Parte, Cap. 1, it. 1.6.  

 Autor: Waldehir Bezerra de Almeida - FEB.                                                          - 


 

  As Conquistas Espirituais de Agora

A simples disjunção celular, fenômeno normal da desestruturação orgânica, chamada morte, essencialmente não transforma o indivíduo, em suas características peculiares.

Cada qual persistirá, além da campa, com as conquistas realizadas na existência corporal, boas ou ruins, com os processos psicológicos desarmônicos, que somente serão alterados à medida que o Espírito se dispõe a renovar-se, ajustando- se a novas diretrizes que o reencaminham para o regime de paz e integração com a saúde verdadeira.

A vida na Terra torna-se, então, um fixador de conquistas de qualquer Jaez.

A passagem pelo mundo se transforma num ensejo de aprendizagem variada, que acompanha cada qual para a Vida Invisível.

Surge, daí, o impositivo de que todos aproveitem o seu momento presente para operar do melhor modo, uma vez que ninguém sabe, em última análise, quanto tempo lhe resta na atividade terrestre, antes que advenha a desencarnação.

Conhecedor de que cada pessoa penetra o Mundo dos Espíritos com a bagagem que porta, sem conseguir iludir ninguém, e sem bruscas modificações, torna-se de muita importância a realização de esforços, no sentido de melhorar a própria bagagem, de iluminar os valores pessoais, de desenvolver amizades nobres no campo da existência, de modo a retornar ao Grande Lar coroado de paz e de justa alegria.

Livro: Em Serviço Mediúnico - Cap. 3.

Autor: José Raul Teixeira,

Espírito: Hans Swigg.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

 

   Lei do Trabalho – O Limite do Trabalho.

 "(...) O limite do trabalho é o das forças de cada um (LE: 683). O repouso também decorre da Lei Natural, descanso necessário ao refazimento do corpo físico e do intelecto, que não se confunde com a ociosidade, que é o descanso inoperante (LE, 682 e 685). A aposentadoria, por exemplo, vem a ser um prêmio ao esforço despendido pelo homem, que lhe proporciona o indispensável sustento nos dias de velhice, época em que se esvaem as forças, o poder criativo e a agilidade na execução das tarefas de subsistência.

É importante salientar que o declínio das atividades na velhice se deve ao desgaste do corpo físico, mas o Espírito continua senhor de suas faculdades e do progresso alcançado.

O terceiro mandamento da lei mosaica, que determina a santificação do sábado, representa a instituição do descanso semanal, medida útil destinada a proteger o corpo do esgotamento resultante do excesso de trabalho. Esta recomendação de Moisés, por intuição dos Espíritos Superiores, foi assimilada pelos hebreus como um dia sagrado, místico, um dia específico da semana para descansar. Os judeus, descendentes dos hebreus, conservaram a tradição, a ponto de considerarem um atentado contra Deus trabalhar no sábado.

Jesus, entretanto, que trabalhava (e ainda trabalha) aos sábados, curando e consolando os enfermos, deixou bem claro que o “o sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2, 27), querendo dizer com isso que não é preciso um dia específico para descansar, pois que, mesmo descansando, trabalhamos: a natureza trabalha, o corpo humano trabalha sem cessar, o cérebro, o coração não param de trabalhar um minuto sequer. Os hospitais não fecham, estão sempre trabalhando, os bombeiros, os meios de transporte, etc.

Impossível, pois, parar o mundo por causa de um dia do calendário humano. O que importa é que todos descansemos, embora em dias alternados, de acordo com as necessidades e conveniências de cada um, de sua profissão, de suas atividades, de seus limites. (...)”

Livro: Espiritismo, passo a passo com Kardec.

Autor: Christiano Torchi.

 

                           Perante a Consciência

“Entre os flagelos íntimos que vergastam o ser humano, produzindo inomináveis aflições, a consciência de culpa ganha destaque.

Insidiosamente instala-se e, qual ácido destruidor, corrói as engrenagens da emoção, facultando a irrupção de conflitos que enlouquecem.

Decorrente da insegurança psicológica no julgamento das próprias ações, abre um abismo entre o que se faz e o que se não deveria haver feito, supliciando, com crueza, aquele que lhe sofre a pertinaz perseguição.

Considerando a própria fragilidade, o indivíduo se permite comportamentos incorretos que lhe agradam às sensações para, logo cessadas, entregar-se ao arrependimento autopunitivo, com o qual pretende corrigir a insensatez. De imediato, assoma-lhe a consciência de culpa, que o perturba.

Perversamente, ela pune o infrator perante si mesmo, porém não altera o rumo da ação desencadeada, nem corrige aquele a quem fere. Ao contrário, não obstante cobradora inclemente, desenvolve mecanismos inconscientes de novos anseios, repetidas práticas e sempre mais rigorosa punição...

Atavismo de comportamentos religiosos, morais e sociais hipócritas, que não hesitavam em fazer um tipo de recomendação com diferente ação, deve ser eliminada com rigor e imediatamente.

O que fizeste não mais podes impedir ou evitar.

Disparado o dardo, ele segue o rumo.

Avaliza, desse modo, seus efeitos e repara-os, quando negativos.

Se a tua foi uma ação reprochável, corrige-a, logo possas, mediante novas atividades reparadoras.

Se resultou em conflito pessoal a tua atitude, que não corresponde ao que crês, como és, treina o equilíbrio e põe-te em vigília.

Fraco é todo aquele que assim se considera, não desenvolvendo o esforço para fortalecer-se.

Quando justificas o teu erro com autoflagelação reparadora, logo mais retornarás a ele.

Propõe-te encarar a existência conforme é e as circunstâncias se te apresentam.

Erradica da mente as ideias que consideras impróprias, prejudiciais, conflitivas. Substitui-as vigorosamente por outras saudáveis, equilibradas, dignificantes. Quando não dispões de um acervo de pensamentos superiores para a reflexão, vais colhido pelos de caráter venal, pueris, perniciosos, que se te fazem familiares, impulsionando-te à ação correspondente.

Toda realização inicia-se na mente. Desenhada no plano mental, vem materializar-se ao primeiro ensejo.

Pensa, portanto, com correção, liberando-te das ideias que te gerarão consciência de culpa.

Sempre que errares, recomeça com o entusiasmo inicial. A dignidade, a harmonia, o equilíbrio entre a consciência e a conduta têm um preço: a perseverança no dever. Se, todavia, tiveres dificuldade em agir corretamente, em razão da atitude viciosa encontrar-se arraigada em ti, recorre à oração com sinceridade, e a Consciência Divina te erguerá à paz.”

Livro: Momentos de Saúde  e de Consciência - Cap. 9.

Autor: Divaldo Fanco/ Joanna de Ângelis.

  “Bem-Aventurados os Pobres Pelo Espírito!”   (Mateus 5, 3)      “ Poucas palavras do Evangelho sofreram, através dos séculos, tão grande...