segunda-feira, 28 de novembro de 2022
sábado, 19 de novembro de 2022
“Parábola da Dracma Perdida” (Lucas
15, 8 – 10)
“Estas
Parábolas são muito fáceis de interpretar e muito claras ao informarem que o arrependimento
é uma necessidade e que quando alguém se arrepende é motivo de júbilo no
"céu", isto é, em nossa consciência,
onde os "anjos de Deus", ou seja,
as Leis Divinas nos convidam o tempo todo a praticar atos nobres diante
da vida e a nos encontrar, ao invés de vivermos perdidos, praticando atos egóicos (relativo ao ego a personalidade; fala e
pensa em si o tempo todo), egoísticos e egocêntricos (quando alguém se coloca no centro
das atenções: narcisista; arrogante; individualista;).
A
nossa cultura, no entanto, principalmente nas sociedades ocidentais, é de cultuar
a culpa e a sua companheira, a desculpa, mas essa atitude é totalmente
improdutiva, bem diferente do que acontece quando há arrependimento.
O
processo de culpabilidade, em que se vitaliza o movimento de desamor por si
mesmo, a pessoa que se culpa acaba por se julgar e
se condenar, depois se punindo todas as vezes que erra. No processo
da desculpa, a pessoa se desculpa sempre projetando a culpa nos outros,
pois se julga, percebe que errou, mas se justifica, fugindo da culpa e
projetando-a em alguém ou em algo, até em Deus ou na vida.
Todos
nós somos convidados a nos arrepender, por ser este um ato positivo. (...)
Quando
nos julgamos, condenamos e punimos, ficamos
entregues ao remorso e à culpa. As pessoas que já experimentaram
estes sentimentos sabem que são intensamente tormentosos e que eles só
desaparecem mediante o arrependimento, gerador do autoperdão.
A
culpa nos faz sentir numa situação que requer tratamento. A consciência de
culpa não seria exatamente uma consciência, na acepção mais profunda do
termo, mas uma pseudoconsciência, um processo de perversão da consciência. (...)
Quando
cometemos um erro, estamos assumindo uma postura egoica. Essa atitude
equivocada pode acontecer por ignorância ou por desprezo ao que é correto, o
que continua, de certa forma, sendo ignorância: a do não sentir. A
pessoa já sabe que errou, mas ainda não consegue sentir isso.
Errar, portanto, é ignorar,
seja no nível do conhecimento, seja no do sentimento, aquilo que está em
conformidade com os princípios da Lei de amor, justiça e caridade.
Por
exemplo, o mandamento cristão de "amar o próximo como a si
mesmo" (Mateus 22, 39) é
facilmente entendido no nível do saber, mas senti-lo no coração é muito
trabalhoso, pois é preciso muito exercício. Por isso, o ensinamento ainda é
pouco vivenciado.
Toda
atitude equivocada tem, no entanto, a sua consequência, com a qual
sempre arcaremos, pois deixa em nossa consciência marcas mais ou menos
profundas, dependendo do erro cometido.
Estudemos,
detalhadamente, o movimento egoico relativo à culpa e o movimento essencial
para dela nos libertarmos, sabendo que o movimento egoico sempre apresenta duas
polaridades: uma passiva e outra reativa. Na polaridade passiva, temos o desculpismo,
e na reativa, o culpismo.
O
processo do culpismo é formado por três atitudes: julgamento,
condenação e punição, que pode ser tanto de si mesmo, como dos
outros.
Diante
de um ato equivocado cometido, a pessoa se autojulga, considerando a
ação errada, por isso se autocondena e posteriormente se autopune,
para sofrer as consequências de seu erro. Em algumas pessoas, seguindo-se à
autopunição, existe uma quarta atitude, que é a de autopiedade, quando,
sentindo-se uma coitada, sofre dolorosamente, sem cogitar sobre o perdão.
O
mesmo fazemos com relação aos erros dos outros: julgamos, condenamos e punimos
os que consideramos culpados. Percebamos que esse é um processo de pseudoconsciência e de pseudorresponsabilidade,
pois com esse movimento a pessoa não muda, em nada, o ato praticado.
O
processo do desculpismo também é formado por três atitudes: julgamento,
justificativa e irresponsabilidade.
Diante
de um ato equivocado, a pessoa se autojulga,
considerando a ação errada, mas ao invés de se autocondenar, como no processo
anterior, se autojustifica, buscando culpar
outras pessoas, imaginárias ou reais, como a sociedade, o governo ou até Deus,
pelo seu equívoco, assumindo uma conduta irresponsável, tentando fugir
do erro praticado, como se isso lhe fosse possível.
Da mesma forma
que no culpismo, podemos usar, também, o desculpismo com os outros; quando
percebemos algum comportamento errado nas pessoas, nós o justificamos de forma
irresponsável. Normalmente agimos assim com pessoas
próximas a nós, a quem dizemos amar, mas às quais, na verdade,
envolvemos com pseudoamor, conivindo com seus erros. (...)
Quando
se cai, exige-se um esforço para se levantar. Todo corpo precisa se esforçar
para manter-se de pé. Ficar caído parece mais cômodo, além de causar nas outras
pessoas uma comoção, mas nessa postura de pseudoamor, de autopiedade, o que a
criatura recebe são migalhas de afetividade.
Quem
se culpa não assume a responsabilidade de se
conduzir na sua vida. Opta pelo mais fácil, que é sofrer e se sentir um
coitado, em vez de tomar nas mãos a responsabilidade por construir a
própria felicidade com o necessário esforço pessoal. Por essa razão, o ato de
culpar-se, em um nível profundo de análise, é um movimento de fuga.
Para
nos libertarmos, tanto da culpa, quanto da desculpa, necessitamos cultivar o
processo do arrependimento gerador da ação responsável. Ele é
fruto da observação amorosa, tanto de nós mesmos, quanto dos outros, e com ele
nos responsabilizamos pelos nossos atos. Somente por meio do amor podemos nos
libertar da culpa e da tentativa de fugir dela.
Vejamos
como podemos proceder. A ação responsável é um processo de autoconsciência,
composto das seguintes atitudes: responsabilização, arrependimento,
autoanálise, aprendizado e reparação.
Todo
ser humano é ainda imperfeito e, por isso, quando realizamos uma ação, sempre
teremos dois resultados: o acerto ou o erro. O acerto,
segundo a visão transpessoal, será sempre um ato de amor diante da vida.
O erro, como vimos anteriormente, é um ato de desamor, evidente
ou oculto, que acontece pela ignorância do não saber, ou do não sentir. (...)
A
ação responsável abrange um processo de autoexame consciente, propiciador
do autoperdão, e que se inicia com a autoconsciência, na qual a
pessoa se observa para perceber os seus atos, classificando-os em acertos,
quando estiverem em conformidade com a Lei de amor, justiça e caridade, e em
erros, quando provenientes do desamor e do pseudoamor (falso amor) que a
afrontam.
Ao
se perceber em erro, ao invés do julgamento gerador do remorso ineficaz
e proveniente da consciência de culpa, ou da
tentativa infrutífera de fuga, o indivíduo adota uma atitude
responsável, não mais de autoacusação, pois, conscientizando-se do ato
cometido, conclui que somente ele mesmo poderá repará-lo.
Após
assumir a responsabilidade, chega ao arrependimento. Sendo o erro
praticado um ato de desamor, contrário às Leis Divinas e, por isso, é de fato
necessário se arrepender de tê-lo cometido.
Após
se arrepender, inicia uma autoanálise do erro, buscando examiná-lo,
isto é, refletir sobre o motivo pelo qual o cometeu e sobre o que o levou a
agir com desamor, para poder aprender com o erro.
Percebamos,
com isso, que o erro faz parte da didática divina,
pois, do contrário, Ele nos teria criado perfeitos para não errar. Se
buscarmos sempre nos erros cometidos um aprendizado, estaremos
evoluindo, tanto com os acertos, adquirindo uma conquista-êxito,
quanto com os erros, adquirindo uma conquista-aprendizado. No
final, o que conta sempre é a evolução do Ser Espiritual em busca da sua
iluminação.
Após
ter buscado aprender com o erro, é necessário iniciar ações de reparação.
A ação responsável diante da vida exige que reparemos o desamor,
transformando tal atitude em atos de amor.
Portanto,
o autoperdão não é uma simples anulação do erro de forma fácil, como
muitos pensam, mas uma ação consciente que requer responsabilidade,
arrependimento, muita autoanálise, aprendizado e reparação. Buscando
praticar ações amorosas diante da vida, vamos substituindo, gradativamente, o
desamor e o pseudoamor que existem em nós pelo amor, transformando as energias
egoicas em energias essenciais.
Esse
é o movimento interno que propicia o autoperdão. Se não
se perdoa, a pessoa carrega, desnecessariamente, o fardo pesado do
remorso e da culpa; se não perdoa os outros,
carrega, inutilmente, o fardo pesado do ressentimento, da mágoa e do ódio.
Com isso, a vida se lhe torna insuportável.
No
entanto, se o indivíduo assume a mansidão e a humildade preconizadas por Jesus,
poderá dar-se a oportunidade de refazer o caminho, por meio do
autoperdão: Mateus, 11, 28 – 30 à "Vinde
a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai
sobre vós o meu jugo, e aprendei comigo, que sou manso e humilde de coração, e
encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu
fardo é leve.". (...)
Somente
cultivando o autoamor é que iremos evoluir, e não odiando a nós
mesmos, no processo de culpa. Aquele que se autoama, enche-se de felicidade,
cultivando as flores de amor para embelezar a própria vida e a de outras
pessoas, e todo o Universo se felicita com ele.
Essa proposta dá trabalho, é certo. Ser feliz é trabalhoso, por isso a maioria das pessoas cultua a culpa e a desculpa. Um dia, porém, todos despertaremos para o mecanismo produtivo de autorrenovação, buscando, com o cultivo do amor e da felicidade, auxiliar o Universo a crescer.”
Livro:
Parábolas Terapêuticas – Vol. 2.
Autor:
Alírio Cerqueira Filho.
Reconciliação com o
Adversário. (Mateus
5, 25)
“Reconcilia-te
depressa com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não
aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial,
e te encerrem na prisão...” e Mateus 18, 15 – 20.
“A reconciliação com o adversário, raras vezes observada entre os seres (...),
expõe a solução mais inteligente, por preservar
o homem dos incômodos quadros, conduzidos pela lei de causa e efeito,
à senda de reparação.
Sem olvidar os reclamos do direito alheio, a reconciliação ainda significa terapêutica para
ambas as partes, por exonerar o coração do ódio e dos sentimentos de
vingança, origem das enfermidades espirituais e dos
dramas de longa duração, considerando os efeitos colaterais
atribuídos pelo ódio e pela obrigatoriedade da reparação denunciada nos
parágrafos
da divina Justiça.
A exemplo do ímã que se desfigura por envolver-se à
limalha ou à sucata de ferro a que se imanta, o ódio e a vingança igualmente
evidenciam, por vezes, enfermidades ou mutações no
corpo astral, de que o Espírito procura ocultar-se, a exemplo dos obsessores dos gadarenos que, visando
esconder possíveis deformidades, pedem a Jesus para se ocultarem entre os porcos. (Marcos 5, 1 – 13)
O divino Terapeuta, por isso, sem desprezar
os métodos curativos, determina a profilaxia recomendada
ao paralítico de
Betesda: "Olhe que já estás
curado; não tornes a pecar a fim de que não te suceda coisa pior”. (João, 5, 14).
Perdão, contudo, não
significa exoneração do resgate imposto pela celeste Justiça, considerando
os prejuízos morais, materiais ou físicos que, por seu volume ou natureza, nem
sempre são passíveis de resgate imediato e na mesma existência.
Enquanto a vingança
denota justiça em causa própria, o ódio compreende estranhos emolumentos
(lucros) ou juros de elevados índices, de que se exonera
(liberta) pelo perdão, conquanto (apesar de) a dívida a ser resgatada,
ainda que mediante compreensiva moratória ou, por vezes, mediante a “caridade,
o amor que cobre a multidão de pecados”. (I Pedro 4, 8)
Expressando perdão de faltas alheias sem resgate, a confissão exclui o processo
de reconciliação, como recomendado pelo Senhor, enquanto
institucionaliza o crime, resultando, consequentemente, em quadros
obsessivos de várias naturezas que no lar, nos consultórios ou nos
sanatórios reclamam o concurso de terapeutas, de médiuns ou de instrutores
espirituais que mobilizam expressivos recursos no encalço da reconciliação,
ainda que tardia, desatando velhos liames de ódio, origem remota dos quadros
obsessivos, ocultos ou declarados, que o orgulho, a incredulidade e a
negligência relegaram para o terreno de futuras existências.
Importa esclarecer que, se o Cristo diz ao
paralítico: "Tem bom ânimo, perdoados são os teus pecados" (MT 9, 1 - 2),
é porque compreendia resgatadas as faltas espirituais que haviam dado
origem à paralisia, assegurando o crédito
espiritual que se manifesta por fé, no processo de cura.
Ódio ou perdão constituem, respectivamente,
alicerce à enfermidade ou à saúde, à tristeza ou à alegria, hoje e amanhã, em
conformidade com as anotações que forçosamente figuram nas páginas da consciência. (...)
Se a terapêutica, para a condição do ofendido,
repousa no perdão incondicional, por constituir-se de profilaxia aos
diversos estados patológicos a que o ódio conduz, pode-se admitir o imperativo
de não figurar no quadro de ofensor, compreendendo-se o tributo que a
celeste Justiça impõe, ainda que perdoado pelo ofendido.
É tão significativo o processo de reconciliação que
Jesus assegura sua presença onde “duas ou três pessoas se
reúnem com tal propósito”. (Mateus 18, 20)
Amparado nas enganosas liturgias de perdão e
aceitando a morte física por definitiva extinção da vida, o homem despreza o direito alheio, a quem fere e
prejudica sem escrúpulo, para ser surpreendido, em futuras vidas, por
significativo carma, oriundo de pretéritas faltas
sem resgate, emblema de cadáveres insepultos,
porque é da lei que, “aos autores dos crimes, também admitidos por
"mortos”, compete reparar suas faltas, dando sepultura
a seus espectros”. (MT 8, 21-22)
Emmanuel em “Fonte Viva”,
psicografia de Francisco C. Xavier, no Cap. 143, afirma: (...) “Trânsfugas da evolução, cerram-se entre as paredes da própria mente,
cristalizados no egoísmo ou na vaidade, negando-se a partilhar a experiência comum.
Mergulham-se em sepulcros de ouro, de vício, de
amargura e ilusão. Se vitimados pela tentação da riqueza, moram em túmulos de
cifrões; se derrotados pelos hábitos perniciosos, encarceram-se em grades de
sombra; se prostrados pelo desalento, dormem no pranto da bancarrota moral, e,
se atormentados pelas mentiras com que envolvem a si mesmos, residem sob as
lápides, dificilmente permeáveis, dos enganos fatais.
Aprende a participar da luta coletiva. Sai, cada
dia, de ti mesmo, e busca sentir a dor, do vizinho, a necessidade do próximo,
as angústias de teu Irmão e ajuda quanto possas. Não te galvanizes na esfera do
próprio "eu". Desperta e vive com todos, por todos e para todos,
porque ninguém respira tão-somente para si.
Em qualquer parte do Universo, somos
usufrutuários do esforço e do sacrifício de milhões de existências. Cedamos
algo de nós mesmos, em favor dos outros, pelo muito que os outros fazem por
nós.” (...)
Por
assegurar a paz do próprio futuro, nos verbos "ligar” ou “desligar", Jesus
recomenda sejam desatados os liames do ódio, restabelecendo os laços de
harmonia advindos do perdão, por constituírem fator
imunológico às enfermidades diversas que procedem dos quadros
infelizes de erros pretéritos, arquivados no subconsciente, do qual podem
ressurgir, em futuras existências, sob diferentes formas, incluindo
manifestações depressivas ou esquizofrênicas, de espontânea origem ou por ação
dos adversários desencarnados.
Se a reconciliação, ainda que por vias de
compreensiva indenização, compreende profilaxia, pode-se assegurar que a legítima imunidade, aos quadros de enfermidades, ou às
adversidades do porvir, repousa na prática exclusiva do bem,
afastando da pauta da vida qualquer atitude que se configure por inclusão própria no quadro de ofensores.”
Livro: “O Evangelho sem Mistérios nem Véus.”
Cap. 51 - Editora: FEB.
Autor: João de Jesus Moutinho.
Lei do Trabalho.
“Vamos ler as questões
674 e 675
de “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec.
Mais adiante, na primeira frase da resposta dos Espíritos, na questão 677, os Espíritos Superiores
acrescentam: “tudo na Natureza trabalha”.
Quando se fala em trabalho, normalmente se pensa em dinheiro.
Inconscientemente as pessoas associam trabalho apenas com trabalho
profissional. Na verdade, trabalho está ligado à ideia
de ação, de atividade. As pessoas
mais saudáveis, do ponto de vista emocional, são aquelas que mais
produzem. O ocioso nunca lega algo de útil para a humanidade.
Eu costumo brincar, dizendo: “- Quando você precisar de alguém para
fazer algo importante, nunca procure quem tenha muito tempo sobrando, procure
alguém ocupado, que não tenha tempo.” O desocupado já é desocupado por dificuldades
relacionadas com a sua capacidade produtiva e, por isso, nunca dispõe de tempo;
o ocupado, normalmente, tem recursos internos que lhe dão a
capacidade de administrar suas ocupações.
O tempo é prioridade. Quando não estamos dispostos a fazer alguma coisa,
dizemos que não temos tempo. Quando algo nos interessa, o tempo aparece. Quando
a pessoa consegue ver vantagem em algo para si, ela encontra tempo.
Na verdade, nada está completamente parado no Universo. Mesmo nos
objetos aparentemente imóveis, em sua substância, encontram-se milhões de átomos
em intensa aceleração.
O que pára, estraga; quem estagna, adoece. (...)
À noite, enquanto nosso corpo físico dorme, também não estamos sem fazer
nada. Saímos do corpo físico e continuamos vivendo nossa vida espiritual,
conforme nossas preferências. Uns trabalhando para o bem, outros trabalhando
para o mal.
O trabalho é lei da natureza, portanto é lei também para a
saúde mental.
Um dos sinais de
doença mental é exatamente a inatividade da
pessoa. Quem está doente não encontra recursos (forças) para fazer
alguma coisa. Centraliza-se em torno do seu problema. Esse é um tormento muito grande para a própria pessoa.
É comum quem está de fora não entender isso. Pensa-se que bastaria
orientar à pessoa para ela fazer alguma coisa, e então o problema estaria resolvido.
Muita gente pensa que apenas mandando alguém trabalhar, conseguirá com isso a
cura de dificuldades. Quando alguém está com depressão, ouve-se muito
isso:
“- Levante daí, vá
trabalhar que essa depressão é falta do que fazer!” Não é tão simples assim. Quem já teve
depressão sabe que o problema não é “não querer levantar da cama, e sim não
conseguir encontrar forças para levantar da cama.” Importante
não reduzir a problemática da saúde mental a meramente uma questão de atividade
e trabalho. Ainda que, para todo aquele que queira recuperar-se mais
rapidamente, seja preciso esforçar-se no sentido de preencher o seu
tempo com alguma atividade útil, dentro
das suas possibilidades. Ocupar as mãos é uma boa medida. Mãos ocupadas indicam, na maior parte das
vezes, mente ocupada.
“Toda ocupação útil é trabalho” (O Livro dos Espíritos: questão 675).
A noção de utilidade deve começar primeiramente para quem executa o
trabalho. Se a pessoa não tem a dimensão do que está fazendo,
se ela opera de modo mecânico e não tem satisfação com sua atividade, mesmo que
produza resultados úteis para outras pessoas, esse trabalho não tem o
significado que deveria.
É comum, principalmente nos dias de hoje, o indivíduo fazer algo de que
não gosta, meramente para ganhar um salário ao final do mês. Muitas vezes
trabalha de modo monótono e empobrecedor, vivenciando o trabalho como algo
ruim. (...)
Portanto, o trabalho precisa estar a serviço do crescimento do indivíduo
em toda a sua totalidade, não apenas como um meio de sustento para a sua
sobrevivência.
Importante fazer o que se gosta; mais importante ainda é gostar do que se faz.
Muita gente se queixa do trabalho que tem, como se estivesse sempre
desfavorecido pela sorte...
- “A vida não é justa comigo... se eu tivesse outro emprego! Se eu ganhasse
melhor...!”
Para realizar-se, a pessoa precisa em primeiro lugar querer o que tem,
para somente depois ter o que quer.
É necessária uma cota de sacrifício para haver crescimento.
No trabalho não é diferente.
Há uma tendência no mundo moderno das pessoas iludirem-se pensando que é
possível trabalhar somente tendo prazer. Criou-se a
fantasia de que se pode viver sem uma parcela de esforço e renúncia. De
tal forma isso é importante que diante de pequenos dissabores, invariavelmente
as pessoas desistem de seus empreendimentos, não esperam o tempo suficiente
para alcançarem resultados e se tornam infelizes com muita rapidez. É uma
época de muita intolerância a frustrações, como se
obstáculos e dificuldades fossem doenças.
Por melhor que seja a atividade que a pessoa exerça, chegará um dia que
ela terá cansaço e preguiça de ter que acordar todos os dias no mesmo horário.
Virá inevitavelmente a rotina e as coisas parecerão sem tanta graça.
Isso não significa que o indivíduo tenha que trocar de emprego ou de atividade,
e sim que ele tem de renovar a atitude diante do
que faz. Isso vale para as relações afetivas também, principalmente no casamento.
Trabalhar, envolver-se numa ocupação comum, deve estar acompanhado de um
trabalho interior constante. Caso isso não seja feito, rapidamente a atividade
perderá o valor. Esse trabalho interior diz respeito a pessoa dar-se conta, de
forma regular, de tudo o que já tem na sua vida. O que já alcançou, o que a
Vida já lhe deu. Poder comparar suas condições no passado, como vivia, o que
possuía, e o que tem no presente.
É muito comum o ser humano ficar
insatisfeito rapidamente e esquecer o quanto desejou ter um emprego, por
exemplo. Enquanto está desempregado aceita qualquer trabalho, mas quando
consegue algum, em pouco tempo passa a julgá-lo ruim e a sentir-se infeliz
novamente.
Trabalhar-se interiormente para ser
reconhecido com o que possui em sua vida é uma qualidade imprescindível
para a saúde mental de qualquer pessoa. Caso ela não exercite essa habilidade
interior, dificilmente terá satisfação em sua vida.(...)
Enquanto trabalha a pessoa está se elevando.
(...) O progresso vem na continuidade. Quem
permanece focado na sua atividade e persiste em seus objetivos, alcança
progressos psicológicos que o fazem ser uma pessoa diferente do que era antes,
uma vez que se desenvolvem, interiormente, aptidões novas. Isso significa dizer
que a perseverança é uma virtude indispensável. Sem ela, nada se
alcança. O erro de muitos é querer alcançar objetivos sem a necessária
persistência de propósitos.
- Limite do Trabalho - O Repouso.
Vamos ler a questão 682, de “O Livro dos Espíritos”.
(...) “O trabalho
sem repouso torna-se um vício. Da mesma forma que, com qualquer outro
vício, a pessoa fica dependente do trabalho, não consegue viver sem ele, faz
abstinência quando não está trabalhando, tornando-se irritadiça, mal humorada e
uma péssima companhia para os outros. Por trás de uma pessoa desmedidamente
ambiciosa, existe, frequentemente, uma pessoa viciada em ter que fazer coisas,
que se sente extremamente infeliz e ocupa seu tempo apenas com trabalho, como
que para preencher um vazio interior.
Existe um preconceito social no que diz respeito a não estar fazendo
nada. Se encontramos alguém trabalhando, julgamos imediatamente essa pessoa de
forma positiva. Se encontramos alguém que não esteja trabalhando, julgamos que
seria bom que ela arranjasse alguma coisa para fazer.
É assim que criamos a ideia de que o ideal seria a pessoa estar sempre
ocupada. Há pessoas que não suportam sequer ver os outros descansando. (...)
Podemos reconhecer o grau de saúde mental de uma pessoa pela
capacidade que ela tem de aproveitar prazerosamente os seus finais de semana,
por exemplo. Isso não é uma regra geral, mas invariavelmente as pessoas mais
saudáveis, do ponto de vista psicológico, levam uma vida mais criativa e, portanto,
descobrem alternativas variadas para aproveitarem os seus momentos de
repouso e lazer. (...)
Alguns transtornos emocionais estão relacionados com a
dificuldade de repousar a mente. (...)
Repousar não é apenas dormir. Muitas vezes repousar é trocar de atividade. (...) Há pessoas que
depois de um dia de trabalho, onde ficaram ocupadas mentalmente
a maior parte do tempo, chegam em casa e, sentindo cansaço, julgam que precisam
de repouso. E para descansar, sentam-se na frente de um computador, ou
deitam-se frente à televisão e continuam com uma atividade predominantemente
mental. Daí não descansarem. Melhor seria uma caminhada, ou outra atividade
física qualquer. Na troca do tipo de atividade, o repouso.
E a Arte? Em que momento ela se faz presente no meu dia? Arte é uma forma de oxigênio. Respiramos melhor com a
alma, se na vida tivermos música, poesia, pintura, dança...
Repousar
não significa ficar inerte. Da mesma forma, a meditação e a prece.
São atividades para o espírito.
Parar algumas vezes ao dia, olhar para dentro de si e conectar-se com as
dimensões superiores da vida é passo importante na aquisição do equilíbrio
emocional e espiritual.
Tudo na vida exige equilíbrio. Lei do Trabalho coexiste com a necessidade do
repouso.” (...)
Livro:
“Leis Morais e Saúde Mental” – Cap. 3.
Autor: Sérgio
Luis da Silva Lopes.
Editora: Fergs.
““
segunda-feira, 14 de novembro de 2022
Flagelos Obsessivos
É flagelo que irrompe,
avassaladoramente no atual organismo da sociedade. Através de síndromes sutis,
de características extravagantes, de fenômenos de constrição da personalidade,
de injunções deficitárias do ânimo, originam um quadro que pode ser
classificado como alguma das enfermidades conhecidas. Não obstante, a cada
momento, pessoas invigilantes tombam na urdidura desse terrível mal, que assola
com volúpia destruidora as vidas. (...)
Com procedência nos
débitos de outras encarnações e também geradas, muitas vezes, no atual périplo
evolutivo do homem, as razões da vindita estão ínsitas no espírito perseguidor,
que identifica, por afinidade, aquele que lhe afligiu oportunamente e a quem
não consegue perdoar.
Começada a sandice, esta alarga-se no
tempo, tomando espaços da vítima até à consumpção geral, na área mental ou em
outros departamentos orgânicos através de processos enfermiços que se alargam,
impiedosos, por anos a fio.
A terapia, no entanto, está a depender dos
pacientes que começam a desintegração da personalidade.
Por se tratar de uma força inteligente
atuando, é necessário que se formule um plano também inteligente de defesa.
Nele, a irrestrita confiança em Deus deve constituir o ponto principal da terapia libertadora. A seguir, a conduta moral esclarecida e saudável, para melhorar o padrão vibratório do paciente que se desloca das injunções do seu perseguidor; a paciência, que irrita aquele que se compraz no constrangimento e na desdita do ser perseguido; a oração e a leitura edificante que ampliam para melhor os painéis da mente, arrancando a ideia obsidente e extravagante, à qual a pessoa parece ter prazer de entregar-se, em razão de as suas resistências se apresentarem fragmentadas.
Ainda como recomendação terapêutica, nunca
se devem esquecer o trabalho do bem, os exercícios que produzam transpiração,
ao invés do amolentamento do caráter, que favorece o aprofundamento das raízes
obsessoras, a minarem a árvore do equilíbrio psicofísico.
Normalmente, os pacientes das obsessões
informam estar reagindo com todas as suas forças. A verdade, porém, é oposta.
Mantêm apenas frágeis arraiais de resistência que logo tombam, cedendo lugar ao
insidioso e pertinaz cerco para a destruição das reservas morais do enfermo.
Cada vez se toma mais urgente a
fluidoterapia, mediante a qual se restabelecem os centros de forças ultrajados
e se recondicionam as vibrações do perispírito vitimado, que passa a gerar
novas fontes de equilíbrio para restaurar no corpo, na mente e na emoção, o
estado de saúde.
Inadiável que todos aqueles que se
encontram susceptíveis de fenômenos obsessivos — e são quase que todos os
homens — precavenham-se, na ação da caridade, na usança da higiene mental,
mantendo e realizando os propósitos superiores de vencer-se e vencer o
desiderato da reencarnação.
Somente
quando o homem se resolva por adotar um estado consciente de saúde mental e de
realização espiritual íntima, a obsessão, flagelo cruel da sociedade, cederá
lugar à fraternidade que deve viger entre encarnados e desencarnados, estes
últimos, conscientizados da bênção de reencarnação, e os primeiros,
reconhecendo os erros nos quais incidiram, deem-se as mãos para a ajuda
recíproca, trabalhando na Terra o Reino da Esperança, onde todos poderão viver como verdadeiros irmãos que o somos,
sob a Divina Providência da Paternidade de Deus.”
Livro:
“Reflexões Espíritas” – Cap. 23.
Psicografia:
Divaldo Pereira Franco.
Espírito:
Vianna de Carvalho.
quarta-feira, 9 de novembro de 2022
sábado, 5 de novembro de 2022
Livro: Leis Morais da Vida.
Psicografia:
Divaldo P. Franco.
Espírito: Joanna de Ângelis.
Cap. 8 – Trabalho de Última Hora – (extrato)
“A pretexto de cansaço ou necessidade urgente de repouso, não postergues a ensancha abençoada do trabalho que agora te chega, na Vinha do Senhor.
O
trabalho do bem não apenas engendra o progresso, mas estatui a paz.
Dínamo gerador do desenvolvimento e estímulo da ordem, o trabalho é manifestação de sabedoria, desde que o esforço encetado se dirija à execução superior.
Sejam
quais forem as circunstâncias, reverencia o trabalho como meio e meta para a harmonia
íntima e o equilíbrio externo.
Enquanto
trabalhas, olvidas problemas e superas limitações, consubstancializas ideais e
incrementas a felicidade. Em retribuição, a atividade ordeira te proporciona
esperanças, modificando as paisagens por mais complexas e pressagas (presságios)
se te apresentem.
Convidado
à Seara do Senhor não examines dificuldades nem recalcitres (revolte-se) ante
as necessidades urgentes com que depares.
Mediante
a operação socorrista na lavoura dos corações, lograrás (obterás) vantajosas
conquistas contra os contumazes (insistentes) verdugos do espírito: egoísmo, paixão,
ódio que dormem ou que se agitam nos dédalos (labirintos) da vida mental.
Quase
sempre ajudas com a esperança de imediata retribuição e reages porque não
recebes em seguida... (...)
A
honra do trabalhador, no entanto, se exterioriza pela satisfação do labor
executado.
O
serviço de Deus é comum para todos, facultando operações incessantes com que se
pode desenvolver a felicidade na Terra.
Pouco
importa a hora que se haja compreendido a significação do divino chamado.
Assim,
não te deixes perturbar ante os que estão à frente, nem lamentes os que seguem
à retaguarda.
Importa-te
em proceder com dedicação desde hoje, aqui e agora.
Descobre
uma dentre as mil maneiras de atuar edificando e serve, atendendo o chamado do
Senhor, que prossegue aguardando os que desejam trabalhar na Sua vinha.
Nenhum
olhar para trás, nenhuma medida de distância à frente.
Os
últimos chamados, qual o que ocorre contigo, receberão a recompensa prometida,
não obstante (apesar de) o pouco tempo de que disponham para trabalhar com
Jesus e por Jesus.”
Livro:
Conversando com os Espíritos na Reunião Mediúnica.
Autora:
Therezinha Oliveira.
2ª Parte - Cap. 8 - O DIÁLOGO NA DESOBSESSÃO
“A obsessão
é uma situação constrangedora e infeliz, que Jesus e seus apóstolos,
narra o Evangelho, conseguiam desfazer, afastando obsessores e libertando
obsidiados.
Seguindo
esse Mestre sublime
de espiritualidade, os espíritas também procuramos socorrer e amparar vítimas e algozes enredados nas malhas da
obsessão.
Passes e
outros recursos magnéticos dispersam fluidos perniciosos em que o obsidiado
fica envolto e impregnado. Mas nem sempre isso basta para que ele se
liberte de seu obsessor.
Vejamos o
que nos orienta “O Livro
dos Médiuns”, no item 254 – 5ª – 1º§.
v
Para
desobsidiar, é preciso, como diz Kardec, atuar sobre o ser
inteligente. O diálogo permitirá, com instruções habilmente ministradas,
dar a esse espírito perverso a educação moral, ou seja: fazer despontar
nele o arrependimento e o desejo do bem, levando-o a renunciar a seus maus
propósitos.
A ação
desobsessiva requer, também, a orientação ao encarnado, que precisa
modificar para melhor seus pensamentos e atos, a fim de não mais ensejar a ação
do obsessor. Não há obsessão nem obsessor que
resista, quando o assediado faz esforço sincero pela sua reforma intima e se
dedica ao trabalho no bem.
Atuando
assim sobre ambos, o obsessor e o obsidiado, assegura Kardec: Pode-se, então,
ter a grata satisfação de libertar um encarnado e de converter um espírito
imperfeito.
Continuamos
com “O Livro dos Médiuns”,
no item 254 – 5ª – 2º§.
v De
fato, quem trabalha no intercâmbio mediúnico, acaba percebendo que alguns
espíritos nos entendem, a nós encarnados, mas sentem dificuldade em entender
aos Espíritos Superiores, porque não alcançam a
faixa mental em que eles se comunicam, nem lhes compreendem a
linguagem de superior moralidade.
= A QUESTÃO DA AUTORIDADE MORAL.
Observemos o que está
no “O Livro dos Médiuns”, no item 279.
Voltemos ao último
parágrafo do
item 254 – 5ª,
de “O Livro dos Médiuns”:
“Demais, o ascendente
que o homem pode exercer sobre os Espíritos está na razão da sua superioridade
moral. Ele não domina os Espíritos Superiores, nem mesmo os que, sem serem
superiores, são bons e benevolentes, mas pode dominar os que lhe são
inferiores em moralidade”.
v
É
por isso que, apesar de ainda imperfeitos, se já estamos desejosos de ajudar
fraternamente aos nossos irmãos, temos, moralmente, ascendência sobre os
espíritos que ainda se mantêm em disposição inferior (porque ainda não buscam o
bem ou ainda desejam o mal), e podemos com eles falar no trabalho da
desobsessão, procurando esclarecê-los e dissuadi-los da ação maléfica que estão
exercendo.
A admirável
médium Yvonne A. Pereira, em seu livro “A Luz do Consolador”,
narra edificantes episódios em que dialogou fraternamente com espíritos
obsessores, conseguindo dissuadi-los de seus propósitos e encaminhando-os ao
recomeço na vida espiritual. Agindo assim, ela diz que desses antigos
obsessores, agora espíritos renovados, fez muitos amigos, em laços de estima e
confiança.
= Ao dialogar com os obsessores, compreendamos:
1. O obsessor não deve
ser arrancado à força ou expulso; quais serão as razões de sua revolta ou ódio?
O encarnado pode não ser de todo uma vítima, tanto pelos acontecimentos em vida
anterior, como pela sua conduta na atual existência.
2. Rispidez,
autoritarismo, severidade não ajudarão nosso entendimento com o obsessor. Para
enternecê-lo e captar-lhe a confiança, nossa linguagem tem de ser sinceramente
fraternal; advertência amiga e, quando necessário, a energia, mas, de modo
geral, o conforto, o estímulo, a consolação.
Procuremos
tirá-los da ideia fixa de vingança, ódio, destruição. Mostremos que estamos
interessados em que não venha a sofrer depois, pelas consequências de maus
atos.
Mostremos
que a Lei Divina se encarrega de ensinar e corrigir, a nós e aos que
nos ferem, não precisando se faça ele um
vingador.
Expliquemos
que, quanto mais demora para decidir a se melhorar, mais difícil e trabalhosa
torna sua própria recuperação.
Se, o espírito obsessor, nos faz ameaças, desafios.
Não tenhamos
medo. Sejamos intimoratos (valentes), mas não temerários
(precipitados, arriscados).
Não
aceitemos a intimidação, pois sofreremos apenas o que estiver em nossos
compromissos espirituais, o que nos é necessário ao progresso. Mas não a
devolvamos (as ameaças) com palavras ou gesto de desafio ou provocação. Não
ridicularizemos a bravata (intimidação) do espírito nem desafiemos a sua ameaça.
A sua ironia, não respondamos com mofa (deboche; ironia).
Enfim, não
se intimidar, mas ser prudente. Pois a nós, particularmente, muitas
vezes ele poderia vencer e só a proteção da Equipe Espiritual do trabalho nos
dá amparo e ascendência, momentaneamente.
Se nos acusa de sermos piores que ele e aponta nossas falhas.
Estejamos
preparados para essas situações com humildade. Em espírito ele (o equivocado) nos
observa e pode se informar de nossas falhas, atuais ou em nosso passado. E não
somos espíritos redimidos e ele, um réprobo enredado nos seus crimes.
Também não adianta querermos exibir virtudes que não possuímos, ainda.
Mas o julgamento correto será pelos nossos esforços e
não por resultados já obtidos.
Se tivermos
paciência, tolerância, ele acabará por admitir que, mesmo ainda não tendo
alcançado os estágios superiores da evolução, somos alguém que quer mesmo
ser cristão e amigo, que nossa intenção é legítima, digno o esforço que
desenvolvemos, e nos respeitará por isso.
Se ele discute e grita.
Não
queiramos vencê-lo na discussão. Às vezes, ele até está melhor preparado
para isso. E sempre quer nos arrastar à discussão azeda e violenta, pois é
o clima que convém aos seus propósitos.
Nós, porém,
esclarecidos pelo Espiritismo e como dialogadores, temos de disciplinar nossas
emoções e sentimentos.
Encaminhemos a conversa para o ponto real.
O espírito
procura negacear (enganar; seduzir), não entra no seu campo pessoal, pois pode
revelar o fulcro (a chave; o eixo), o centro de seu problema. Sem forçar,
procuremos levar a conversação para esse campo.
Se propõe acordo, pacto ou barganha.
Simplesmente
não os aceitemos, sem nos indignarmos, acusar ou
agredir. Podemos sugerir que fale com nossos Superiores, os Dirigentes
Espirituais do trabalho, para que eles decidam. Geralmente nos dizem: Eles
são como vocês... Quer dizer que não concordam.
Não tentemos
"enrolar" o espírito com propostas ou promessas; ele pode tentar nos
enganar, pois está perturbado, desequilibrado, mas nós, não, temos de
demonstrar métodos melhores de relacionamento e conduta,
Se procura ficar falando o tempo todo.
Age assim
porque quer fugir de ouvir, pois, se nos ouvisse, poderia ser por nós
influenciado para o bem, enquanto fala, quer nos influenciar e para o mal,
procurando abalar nossa confiança e desanimar-nos.
Insistamos,
façamo-nos ouvir com firmeza, lógica e amor, e provavelmente preponderaremos
sobre ele.
Se tenta envolver outros do grupo.
Não deixe
que atraia o grupo todo para a conversa (usará perguntas, gracejos, fazer rir,
gestos etc.) nem que envolva magneticamente as pessoas (procurará tocá-las).
Alerte sobre isso aos participantes.
Ø
Como
vemos, à luz do conhecimento espírita, o diálogo que esclarece, consola,
adverte, orienta e anima é recurso precioso na
tarefa da desobsessão.
E pensar que
alguns confrades desavisados andam sugerindo métodos desobsessivos em que o diálogo aconselhador não é utilizado!...
A Doutrina
Espírita já colocou em nossas mãos conhecimentos tão esclarecedores e nos
apontou esse caminho excelente! Como deixar de empregar o fraterno diálogo
de luz, na tarefa da desobsessão?”
Livro: “A
Trajetória Evolutiva do Ser”. Autor: Djalma
Argollo.
Cap. 5 – “O Plano Espiritual”.
“Zonas Purgatoriais e Sofrimento
no Plano Espiritual”.
“Se a ignorância
é um óbice difícil no momento da morte, a consciência culpada conhece
instantes de inqualificável dor. A mente acostumada com o erro libera,
quando da crise da morte, pavorosos quadros,
diante dos quais os antigos relatos sobre os sofrimentos infernais parecem
aprazíveis. No livro “O
Céu e o Inferno” – 2ª Parte – “Criminosos Arrependidos” (Bordeaux 1862),
encontra-se o depoimento de um Espírito que se apresenta ao médium espontaneamente,
sob o nome de Benoist, diz ter morrido em 1704 e suportar horríveis
padecimentos. São feitas perguntas ao Espírito: 1. O que
eras durante a vida? – R: Monge sem fé. 2. A descrença é vossa
única falta? – R: Ela é suficiente para ocasionar as outras. 3.
Podeis nos dar alguns detalhes sobre vossa vida? A sinceridade de vossa
confissão vos será levada em conta. – R: Sem fortuna e preguiçoso, tomei
as ordens, não por vocação, mas para ter uma posição. Inteligente, eu galguei
posição; influente, abusei do poder; vicioso, arrastei nas desordens aqueles a
quem tinha a missão de salvar; duro, persegui aqueles que tinham o ar de
condenar meus excessos. Os mansos foram atenciosamente vigiados. A fome
torturou muitas vítimas; seus gritos foram muitas vezes extintos pela
violência. Desde então expio e sofro todas as torturas do inferno; minhas
vítimas atiçam o fogo que me devora. A luxúria e a fome insaciadas me
perseguem; a sede irrita meus lábios em brasa, sem jamais aí deixar cair uma
gota refrescante...”
A mente contaminada
pelo crime ou vício é fonte de inomináveis padecimentos. A morte daquele que
fez do vício e do crime a razão de viver inspira piedade, porque se transforma
numa conjuntura incontrolável de paixões em desalinho, além de se tornar, por
sua vez, vítima de suas antigas vítimas, agora transformadas em algozes
odientos e implacáveis. Perseguem-no ainda em vida e, durante o transe da
morte, redobram seus assaltos, exacerbando-lhe os padecimentos, por meio de uma
pertinaz influência obsessiva, que continua após o desligamento do corpo nas
regiões espirituais.
André
Luiz
assim se refere a essas regiões em “Evolução em Dois Mundos”, Parte 1, Cap.
16, Zonas Purgatoriais: "Obliterados os
núcleos energéticos da alma, capazes de conduzi-la às sensações de euforia e
elevação, entendimento e beleza, precipita-se a mente, pelo excesso da taxa de
remorso nos fulcros da memória, na dor do arrependimento a que se encarcera por
automatismo, conforme os princípios de responsabilidade a se lhe delinearem no
ser, plasmando com os seus próprios pensamentos as telas temporárias, mas por
vezes de longuíssima duração, em que contempla, incessantemente, por reflexão
mecânica, o fruto amargo de suas próprias obras, até que se esgotem os resíduos
das culpas esposadas ou receba caridosa intervenção dos agentes do amor divino,
que, habitualmente, lhe oferecem o preparo adequado para a reencarnação
necessária, pela qual retornará ao aprendizado prático das lições em que
faliu. É dessa forma que os suicidas, com agravantes à frente do Plano Espiritual, como
também os delinquentes de variada categoria, padecem por largo tempo a
influência constante das aflitivas criações mentais deles mesmos, a elas
aprisionados, pela fixação monoidéica de certos núcleos do corpo espiritual, em
detrimento de outros que se mantêm malbaratados e oclusos. E
porque o pensamento é força criativa e aglutinante na criatura consciente em
plena Criação, as imagens plasmadas pelo mal, à custa da energia inestancável
que lhe constitui atributo inalienável e imanente, servem para a formação das
paisagens regenerativas em que a alma alucinada pelos próprios remorsos é detida
em sua marcha, ilhando-se nas consequências dos próprios delitos, em lugares
que, retendo a associação de centenas e milhares de transviados, se transformam
em verdadeiros continentes de angústia, filtros de aflição e de dor, em que a
loucura ou a crueldade, juguladas pelo sofrimento que geram para si mesmas, se
rendem lentamente ao raciocínio equilibrado, para a readmissão indispensável ao
trabalho remissor.”
O beletrista
espiritual, que sabe aliar o pensamento científico com o religioso, na moldura
de uma prosa dinâmica e bela, instrui-nos sobre a formação desses ambientes de
dor, ao qual se referem as comunicações mediúnicas, mostrando que se formam a
partir dos desequilíbrios instalados na mente, por culpa dos desatinos
criminosos, praticados durante a encarnação. Mas deixa claro que esses bolsões
de miséria espiritual são temporários, atendendo aos propósitos de retificação
das consciências em desalinho.
É ainda o
Médico Espiritual quem volta ao tema, em outra de suas obras: “Mecanismos da
Mediunidade”, Cap. 24, “Zonas Purgatoriais” do 1º ao 4º §: "Entendendo-se
que todos os delinquentes
deitam de si oscilações mentais de terrível caráter, condensando as recordações
malignas que albergam no seio, compreenderemos a existência das zonas
purgatórias ou infernais, como regiões em que se complementam as temporárias
criações do remorso, associando arrependimento e amargura, desespero e
rebelião. Na intimidade dessas províncias de sombra, em que se agrupam
multidões de criminosos, segundo a espécie de delito que cometeram, Espíritos
culpados, através das ondas mentais com que essencialmente se afinam, se
comunicam reciprocamente, gerando, ante os seus olhos, quadros vivos de extremo
horror, junto dos quais desvairam, recebendo, de retorno, os estranhos
padecimentos que criaram no ânimo alheio. Claro está que, embora comandados por
Inteligências pervertidas ou bestializadas nas trevas da ignorância, esses
antros jazem circunscritos no Espaço, fiscalizados por Espíritos sábios e benfazejos
que dispõem de meios precisos para observar a transformação individual das
consciências em processo de purificação ou regeneração, a fim de conduzi-las a
providências compatíveis com a melhoria alcançada. Semelhante supervisão,
entretanto, não impede que essas vastas cavernas de tormento reeducativo sejam,
em si, imensas penitenciárias do Espirito, a que se recolhem as feras
conscientes que foram homens. Aí permanecem detidas por guardas especializados,
que lhe são afins, o que nos faz definir cada “purgatório particular” como “prisão-manicômio”,
em que as almas embrutecidas no crime sofrem, de volta, o impacto de suas
fecundações mentais infelizes".
A referência a "cavernas"
onde ficam Espíritos embrutecidos no mal não é uma figura de retórica, mas
descrição de um fato encontradiço nas regiões invisíveis e referido desde
tempos imemoriais até narrações de Swedenborg (...) Sabemos, porém, (...) que
esses antros de dor permitidos pela Misericórdia de Deus se transformam em
locais de tratamento, rude é verdade, e recuperação das almas rebeldes, as
quais retornarão, cedo ou tarde, aos caminhos da virtude e da fraternidade,
marchando para a perfeição, meta iniludível de todos os seres criados.”
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